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Unicamp cria pomada de insulina que acelera cicatrização de diabético
O produto deve chegar ao mercado até o fim de 2008 custando cerca de R$ 10
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
A Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas) anunciou ontem um creme à base de
insulina capaz de reduzir o período de cicatrização de feridas
em diabéticos, diminuindo o
risco de amputações de membros nos pacientes.
Segundo a universidade, é o
primeiro medicamento deste
tipo no mundo com registro de
patente e que é feito à base de
insulina (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no sangue).
O produto deve chegar ao
mercado até o final de 2008. Segundo os pesquisadores, é uma
alternativa mais barata do que
outros medicamentos que ajudam a acelerar a cicatrização
em diabéticos.
"Tivemos um grande sucesso
com a pesquisa em animais e já
iniciamos pesquisas em seres
humanos. Temos 15 pacientes
estudados, e os resultados são
animadores. Nós queremos
ampliar estes estudos para cem
pacientes", disse o endocrinologista da FCM (Faculdade de
Ciência Médicas) Mário Saad,
um dos autores da pesquisa.
Segundo Saad, outros medicamentos para acelerar a cicatrização (sem ser à base de insulina) chegam a custar, em
média, R$ 90. O novo creme
pode chegar ao mercado custando cerca de R$ 10. Ele afirmou que não existe no mercado
fórmula semelhante para o paciente diabético.
De acordo com a Unicamp, a
diabetes atinge cerca de 10% da
população adulta brasileira.
Uma das principais dificuldades dos pacientes é a dificuldade de cicatrização de ferimentos por falta da insulina.
Nos testes em ratos diabéticos, o creme à base de insulina
reduziu em até seis dias o tempo médio de cicatrização.
"Quanto maior o tempo da
lesão aberta, maior a chance
que o paciente tem de contrair
infecção. Com esta pomada,
nós estaremos acelerando o
processo", disse a professora e
enfermeira Maria Helena Melo
Lima, uma das autoras.
De acordo com os pesquisadores, atualmente o tratamento de feridas em diabéticos é
feito basicamente com técnicas
de controle da doença e com a
assepsia do local. "Algumas outras drogas podem favorecer a
cicatrização, mas não acelerá-la", disse Saad.
Os testes também revelaram
que o medicamento não tem
absorção pelo organismo e tem
ação apenas no local.
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