São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Unicamp cria pomada de insulina que acelera cicatrização de diabético

O produto deve chegar ao mercado até o fim de 2008 custando cerca de R$ 10

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou ontem um creme à base de insulina capaz de reduzir o período de cicatrização de feridas em diabéticos, diminuindo o risco de amputações de membros nos pacientes.
Segundo a universidade, é o primeiro medicamento deste tipo no mundo com registro de patente e que é feito à base de insulina (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no sangue).
O produto deve chegar ao mercado até o final de 2008. Segundo os pesquisadores, é uma alternativa mais barata do que outros medicamentos que ajudam a acelerar a cicatrização em diabéticos.
"Tivemos um grande sucesso com a pesquisa em animais e já iniciamos pesquisas em seres humanos. Temos 15 pacientes estudados, e os resultados são animadores. Nós queremos ampliar estes estudos para cem pacientes", disse o endocrinologista da FCM (Faculdade de Ciência Médicas) Mário Saad, um dos autores da pesquisa.
Segundo Saad, outros medicamentos para acelerar a cicatrização (sem ser à base de insulina) chegam a custar, em média, R$ 90. O novo creme pode chegar ao mercado custando cerca de R$ 10. Ele afirmou que não existe no mercado fórmula semelhante para o paciente diabético.
De acordo com a Unicamp, a diabetes atinge cerca de 10% da população adulta brasileira. Uma das principais dificuldades dos pacientes é a dificuldade de cicatrização de ferimentos por falta da insulina.
Nos testes em ratos diabéticos, o creme à base de insulina reduziu em até seis dias o tempo médio de cicatrização.
"Quanto maior o tempo da lesão aberta, maior a chance que o paciente tem de contrair infecção. Com esta pomada, nós estaremos acelerando o processo", disse a professora e enfermeira Maria Helena Melo Lima, uma das autoras.
De acordo com os pesquisadores, atualmente o tratamento de feridas em diabéticos é feito basicamente com técnicas de controle da doença e com a assepsia do local. "Algumas outras drogas podem favorecer a cicatrização, mas não acelerá-la", disse Saad.
Os testes também revelaram que o medicamento não tem absorção pelo organismo e tem ação apenas no local.


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