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SÃO LUÍS
Legislativo possui 1.713 funcionários, uma média de 81 por vereador; Casa tem 8 dentistas e uma só cadeira odontológica
Servidor compromete verba total da Câmara
DÉCIO SÁ
FREE-LANCE PARA A
AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
A Câmara Municipal de São
Luís (MA) consome 100% do Orçamento com o pagamento da folha de pessoal. A informação é do
presidente da Casa, vereador Ivan
Sarney (PMDB), irmão do senador José Sarney (PMDB-AP).
Em dezembro, a prefeitura repassou R$ 1 milhão para a Câmara. Todo o dinheiro foi gasto com
o pagamento dos 1.713 funcionários da Casa. Segundo Ivan Sarney, "o legislativo funcionaria
bem com 300 funcionários".
A situação foi provocada por
"inchaços" na folha praticados
por ex-presidentes da Casa, segundo informações de alguns vereadores. O ex-presidente na legislatura passada, Francisco Carvalho (PSB), disse que o problema
do inchaço na Câmara é antigo.
Na Diretoria de Saúde da Câmara, por exemplo, existe uma cadeira odontológica para oito dentistas. Cada um deles trabalha
quatro horas por semana.
Lá ainda estão lotados três ginecologistas, dois pediatras, um
pneumologista, cirurgião, chefe
de enfermagem e auxiliares. A
Agência Folha tentou falar com os
funcionários, mas ninguém quis
dar declarações.
Cada um dos 21 vereadores tem
direito a oito assessores nos gabinetes, de cinco metros quadrados.
A média de funcionários por vereador é 81. Na Assembléia, com
42 deputados, a média é de 28.
Desde que assumiu o cargo, no
início do ano, o presidente está tomando algumas medidas para
tentar adequar o órgão à Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Primeiro obrigou todos funcionários a receberem pessoalmente
seus contracheques na tesouraria
e cortou algumas gratificações.
Agora instituiu a obrigatoriedade do ponto. Para que todos possam registrar a presença foi criada
a "sala de excesso", para onde foram deslocados os funcionários
"sem função administrativa".
Até 88, antes da promulgação
da Constituição, a Câmara possuía 500 funcionários. O órgão
nunca realizou concurso público.
O menor salário é de R$ 180 e o
maior, R$ 3.000 (diretores).
Só 160 possuem estabilidade
porque seus contratos de trabalho
são anteriores à Constituição.
O presidente do Sindicato dos
Servidores de São Luís, Béca Rodrigues, disse que foi formada
uma comissão para acompanhar
as medidas administrativas na
Câmara. "Se há excesso, tem que
demitir, mas aqueles que não trabalham", afirmou. Ele sugere a
transferência de funcionários para a prefeitura.
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