São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2001

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ADMINISTRAÇÃO
Prefeita vai se reunir com sindicato de funcionários para discutir aumentos anuais e alterar lei de 1995
Marta quer mexer em salário de servidor

Patrícia Santos/Folha Imagem
Prefeita Marta Suplicy durante visita ao bairro da Freguesia do Ó


ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) quer mudar a política salarial do funcionalismo municipal. Ela anunciou ontem que vai conceder reajustes anuais e estudar um pequeno aumento já neste ano.
A mudança depende de aprovação dos vereadores, porque já existe uma lei salarial, sancionada pelo ex-prefeito Paulo Maluf, em 1995, que determina aumentos a cada quatros meses sempre que o gasto com folha cair para menos de 40% da receita municipal.
Os servidores cobram reajuste de 3,26% a que têm direito desde novembro do ano passado, pois no último quadrimestre do governo Celso Pitta a folha comprometeu 38% do Orçamento. Pitta não pagou, os funcionários pedem o reajuste em janeiro e o retroativo de novembro e dezembro.
A prefeita disse que vai pagar os 3,26% e que quer parcelar o retroativo, mas não definiu o novo reajuste. "O correto, o que seria adequado e justo, não é possível. Não adianta ficar iludindo."
"Não tenho idéia", respondeu, ao ser questionada sobre o que considerava justo. "Calcule a inflação e as perdas desses dois últimos governos. Seria o justo."
Segundo o sindicato, as perdas desde 1993 chegam a 175%. Mas as prioridades dos trabalhadores são os 3,26% e a extensão para todos os 148 mil servidores dos 25,32% de perdas passadas que cerca de um quinto deles ganhou na Justiça. O sindicato também pede uma data-base anual.
"A idéia é discutir o possível e traçar um cronograma de reajustes para os próximos anos", disse Marta, durante entrevista coletiva na Freguesia do Ó (zona norte).
"Em 99 tivemos reajuste zero. O último aumento real foi de 6%, em 95, na gestão Maluf", diz a presidente do Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos do Município de São Paulo), Claudete Alves, 41, que vai se reunir com Marta na próxima terça. "Por enquanto, descartamos a greve, vamos negociar", disse a presidente do sindicato, que é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Na Freguesia do Ó, Marta voltou a pedir doações (peças de máquinas e de carros e cortadores de grama) e visitou um piscinão inacabado e duas escolas. Ela anunciou que pretende implantar áreas de lazer sobre os piscinões.
Marta admitiu que contratar duas empresas de lixo suspeitas de irregularidades na administração passada é constrangedor.
Anteontem foi anunciada a contratação de 16 empresas para a limpeza em caráter emergencial (sem concorrência pública) da cidade. Entre as selecionadas estão a Vega Engenharia Ambiental e a Enterpa Ambiental, envolvidas em denúncias da chamada máfia da propina, de 1999.
"Não poderia juridicamente impedir nenhuma empresa, mesmo altamente suspeita, de entrar na tomada de preços. É uma situação constrangedora, mas eu não tenho o que fazer."
A Folha procurou o secretário de Comunicação Social da gestão anterior, Antenor Braido, mas ele não foi localizado e seu telefone celular estava desligado.


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