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TRÂNSITO
Ministério não encontra base legal para editar medida que prevê retenção da habilitação em casos de acidente com morte
Adiada decisão sobre apreensão de carteira
VALÉRIA DE OLIVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça decidiu
adiar a publicação da medida que
previa a retenção da carteira de
motoristas envolvidos em acidentes com morte por falta de consenso entre técnicos da assessoria
jurídica.
A medida foi anunciada pelo
ministro José Gregori na semana
passada como uma fórmula para
diminuir o número de mortes no
trânsito. Ela foi criticada por políticos e advogados.
Após o anúncio, Gregori encomendou o texto da resolução ao
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O órgão enviou
três opções para o ministro.
Elas foram remetidas à assessoria jurídica, que ainda não encontrou sustentação legal para editar
a resolução.
De acordo com a proposta do
ministro, a nova norma já deveria
estar em vigor desde o início desta
semana.
Gregori viaja hoje para participar de um debate no Rock in Rio.
Na semana que vem, está prevista
uma viagem dele para Estocolmo,
na Suécia, onde irá representar o
presidente Fernando Henrique
Cardoso em uma conferência que
tratará sobre intolerância e xenofobia.
Quando anunciou a resolução,
Gregori havia dito que a carteira
do motorista envolvido em acidente com morte seria suspensa
imediatamente após a ocorrência.
O relator do Código de Trânsito
Brasileiro, deputado Ary Kara
(PPB-SP), protestou.
Segundo ele, o código estabelece
que somente os diretores de Detrans -não policiais rodoviários
ou guardas de trânsito- podem
reter a carteira.
Na última sexta-feira, chegaram
ao ministério as opções elaboradas pelo Denatran. O órgão recomendou ao ministro que adotasse
a proposta que previa a retenção
do documento somente após a
conclusão da perícia policial.
A carteira só seria suspensa se a
perícia fosse conclusiva e apontasse claramente o condutor como responsável. Caso contrário, a
retenção só seria possível no final
do processo judicial.
O ministro deu 48 horas para
seus assessores jurídicos estudarem as soluções propostas pelo
Denatran. O diretor do órgão, Délio Cardoso, afirmou, logo após
apresentar as sugestões ao ministro, que a resolução sairia na última quarta-feira.
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