Os servidores públicos do Espírito Santo iniciaram uma greve geral na noite de anteontem. Eles querem o pagamento dos salários de novembro e dezembro, além de oito parcelas referentes a 1998.
A paralisação foi decidida depois que o governo anunciou o pagamento do salário de janeiro, sem fazer referência aos vencimentos anteriores. O funcionalismo não aceita o parcelamento nem a protelação do depósito dos atrasados.
"O salário de janeiro não corresponde nem a 30% da dívida", afirmou o diretor jurídico do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), Antônio Tadeu.
Policiais civis e militares tinham paralisado as atividades no final do governo passado, mas suspenderam o movimento quando Paulo Hartung (PSB) assumiu o governo.
Os servidores da saúde estão em greve desde novembro. "A partir de agosto decidimos entrar em greve todo décimo dia útil do mês se não tivermos recebido", disse o diretor do Sindsaúde, Arlindo Dupeke.
Os policiais militares estão arrecadando alimentos como forma de protesto. Já os servidores da saúde estão medindo a pressão arterial das pessoas nas ruas em troca de doações.
O diretor jurídico do Sindipol reclamou da falta de diálogo do governo. "Durante a campanha, ele (governador) disse que sentaria para negociar. O começo tem sido por recados via imprensa. Queremos ver se vai ser como o governo passado, que só nos chamava quando estava com a forca no pescoço", disse Tadeu.
O governo do Estado entrou ontem com uma ação na Justiça pedindo a ilegalidade da greve. Segundo o secretário de Comunicação, Sebastião Barbosa, será cortado o ponto dos grevistas.
Na próxima terça-feira, Hartung discute na ANP (Agência Nacional de Petróleo) a antecipação de royalties para o Estado. O dinheiro seria utilizado para pagar a dívida com o funcionalismo, que é de R$ 280 milhões. (DA AGÊNCIA FOLHA)


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