São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

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ESTRADAS

Na campanha eleitoral de 2002, governador prometeu fechar parte das praças de cobrança em pistas simples

Alckmin volta atrás e elevará nº de pedágios

DA REPORTAGEM LOCAL

A promessa de reduzir o número de pedágios das estradas paulistas feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a campanha eleitoral de 2002 não será cumprida.
O que deve ocorrer é o oposto, já que o governo aponta para a instalação de mais duas praças de cobrança. Desde a promessa, apenas uma foi fechada.
Ontem, em cerimônia para divulgar investimentos públicos em estradas, Alckmin declarou que o Estado vai anunciar na próxima semana um programa de concessão de três rodovias.
Duas delas -o sistema Ayrton Senna-Carvalho Pinto e a Dom Pedro 1º- já são pedagiadas pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e serão repassadas à iniciativa privada. Já rodovia dos Tamoios (SP-99), que dá acesso ao litoral norte paulista, deverá ter dois postos de cobrança.
Ao comentar a concessão, Alckmin trocou o nome da rodovia dos Tamoios pela Dom Pedro 1º. "Isso [cobrar pedágio] vai viabilizar duplicar uma artéria muito importante que é a Dom Pedro [na verdade Tamoios]. Essa sim, que não tem pedágio, poderá passar a ter. Mas você vai ter uma rodovia duplicada", declarou.
Em outubro de 2002, Alckmin, em entrevista à Folha, disse que pretendia, passadas as eleições, "fechar algumas praças de pedágio" porque havia casos em que os custos para mantê-las superavam a arrecadação em 40%.
O governador dizia naquela época que os alvos eram os pedágios em estradas de pista simples.
A Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo), que gerencia as concessões, dizia que a quantidade de postos de cobrança a serem fechados poderia chegar a 15.
Desde então, a administração Alckmin eliminou apenas um pedágio dos 78 existentes. Foi no começo de 2003, na rodovia Hélio Moreira Salles (SP-215), entre Casa Branca (240 km de SP) e Vargem Grande do Sul (246 km de SP). A tarifa custava R$ 1,80.
O compromisso eleitoral de Alckmin foi reforçado pelo secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, ao assumir a pasta, no começo de 2003.
Ele dizia que a prioridade do Estado era "implementar ajustes", com "redução de praças de pedágio, mudança na forma de cálculo do índice de reajuste das tarifas [que foi mantida com base no IGP-M] e busca de receitas adicionais que permitam transferir esse ganho ao usuário".
Lopes dizia que pretendia "anunciar no primeiro semestre" daquele ano as alterações.
Ontem, Lopes voltou a comentar uma possível proposta de mudança no índice de reajuste das tarifas e disse que, no caso do único pedágio fechado, o resultado não foi o esperado.


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