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ESTRADAS
Na campanha eleitoral de 2002, governador prometeu fechar parte das praças de cobrança em pistas simples
Alckmin volta atrás e elevará nº de pedágios
DA REPORTAGEM LOCAL
A promessa de reduzir o número de pedágios das estradas paulistas feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a
campanha eleitoral de 2002 não
será cumprida.
O que deve ocorrer é o oposto,
já que o governo aponta para a
instalação de mais duas praças de
cobrança. Desde a promessa, apenas uma foi fechada.
Ontem, em cerimônia para divulgar investimentos públicos em
estradas,
Alckmin declarou que o Estado
vai anunciar na próxima semana
um programa de concessão de
três rodovias.
Duas delas -o sistema Ayrton
Senna-Carvalho Pinto e a Dom
Pedro 1º- já são pedagiadas pela
Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e serão repassadas à
iniciativa privada. Já rodovia dos
Tamoios (SP-99), que dá acesso
ao litoral norte paulista, deverá ter
dois postos de cobrança.
Ao comentar a concessão, Alckmin trocou o nome da rodovia
dos Tamoios pela Dom Pedro 1º.
"Isso [cobrar pedágio] vai viabilizar duplicar uma artéria muito
importante que é a Dom Pedro
[na verdade Tamoios]. Essa sim,
que não tem pedágio, poderá passar a ter. Mas você vai ter uma rodovia duplicada", declarou.
Em outubro de 2002, Alckmin,
em entrevista à Folha, disse que
pretendia, passadas as eleições,
"fechar algumas praças de pedágio" porque havia casos em que
os custos para mantê-las superavam a arrecadação em 40%.
O governador dizia naquela
época que os alvos eram os pedágios em estradas de pista simples.
A Artesp (Agência Reguladora
de Transporte do Estado de São
Paulo), que gerencia as concessões, dizia que a quantidade de
postos de cobrança a serem fechados poderia chegar a 15.
Desde então, a administração
Alckmin eliminou apenas um pedágio dos 78 existentes. Foi no começo de 2003, na rodovia Hélio
Moreira Salles (SP-215), entre Casa Branca (240 km de SP) e Vargem Grande do Sul (246 km de
SP). A tarifa custava R$ 1,80.
O compromisso eleitoral de
Alckmin foi reforçado pelo secretário dos Transportes, Dario Rais
Lopes, ao assumir a pasta, no começo de 2003.
Ele dizia que a prioridade do Estado era "implementar ajustes",
com "redução de praças de pedágio, mudança na forma de cálculo
do índice de reajuste das tarifas
[que foi mantida com base no
IGP-M] e busca de receitas adicionais que permitam transferir esse
ganho ao usuário".
Lopes dizia que pretendia
"anunciar no primeiro semestre"
daquele ano as alterações.
Ontem, Lopes voltou a comentar uma possível proposta de mudança no índice de reajuste das tarifas e disse que, no caso do único
pedágio fechado, o resultado não
foi o esperado.
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