Estudo da universidade americana de Harvard analisou mais de cem marcas do produto nos EUA entre 1998 e 2005

Produtoras de cigarros questionam os resultados encontrados pela pesquisa e afirmam que mudanças não são consistentes

DA ASSOCIATED PRESS

Pesquisadores de Harvard, conceituada universidade americana, dizem ter confirmado um estudo do Estado de Massachusetts que verificou um aumento em níveis de nicotina em cigarros de 1998 a 2005.
A análise, baseada em informações fornecidas por fabricantes de cigarro ao Departamento de Saúde Pública de Massachusetts, revelou aumentos anuais de, em média, 1,6% na quantidade de nicotina nos cigarros -equivalente a um crescimento de 11% no período.
"Cigarros são dispositivos finamente ajustados para a entrega de droga, designados para perpetuar uma pandemia de tabaco", diz o pesquisador Howard Koh, que trabalhou na análise. "Apesar disso, informações precisas sobre esses produtos continuam em segredo, escondidas do público."
Massachusetts é um dos três Estados dos EUA que obrigam empresas de tabaco a fornecerem informações sobre níveis de nicotina em cigarros.
A pesquisa do Estado, divulgada em outubro, examinou níveis de nicotina em mais de cem marcas ao longo de seis anos. O estudo revela um aumento estável na quantidade de nicotina em cigarros e diz que um nível maior da droga facilita a aquisição do vício de fumar e dificulta o seu abandono.
George Connolly, diretor do Programa de Controle de Tabaco na Harvard, afirma que o resultado dos estudos se deve inicialmente ao aumento de nicotina no tabaco bruto. Ele, porém, não descarta que as empresas estejam adicionando nicotina ao tabaco já processado.
Para Connolly, a pesquisa questiona se a indústria do tabaco está cumprindo o acordo, feito em 1998 com Estados dos EUA, de que lançaria uma campanha para reduzir o fumo entre jovens. "Se a indústria avança na quantidade de nicotina, pode-se não conseguir baixar o número de crianças fumantes."
Produtoras de cigarro questionam o resultado dos estudos. A Philip Morris USA afirma que os níveis de nicotina em cigarros Marlboro foram os mesmos em 1997 e em 2006. A empresa diz que dados passados ao governo mostram variações aleatórias no nível de nicotina nos cigarros e que as mudanças não são consistentes.


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