|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-policial suspeito de matar 12 é preso
Ricardo José Guimarães estava desarmado, portava documentos falsos e foi preso na casa onde vivia, em Itaquera
Ele estava foragido e é acusado de integrar suposto
grupo de extermínio, que
teria atuado na cidade de Ribeirão Preto de 96 a 2004
FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO
O ex-policial civil Ricardo José Guimarães foi preso ontem à
tarde em São Paulo pela Polícia
Federal. Ele é suspeito de ter
praticado, pelo menos, 12 homicídios, além de integrar um
grupo de extermínio supostamente formado por policiais civis e militares que atuou em Ribeirão Preto (314 km da capital) de 1996 a 2004.
Guimarães foi preso por volta das 15h em Itaquera, zona
leste da capital. O ex-policial
estava foragido desde junho de
2004, quando saiu pela porta
da frente do presídio da Polícia
Civil, em São Paulo.
A fuga, de acordo com um inquérito da Corregedoria Geral
da Polícia Civil, ocorreu devido
à negligência de alguns funcionários do presídio, que deixaram o portão encostado e sem
os cadeados.
Segundo o Ministério Público Estadual, Guimarães tem
pelo menos 12 prisões preventivas decretadas por homicídios praticados em Ribeirão e
Santana do Livramento, no Rio
Grande do Sul.
Entre os assassinatos atribuídos ao ex-policial está a
morte de Sandro Alberto Lima,
o Pezão, dentro da Santa Casa
de Ribeirão Preto, em março de
2002 (leia o texto ao lado).
No momento da prisão pela
Polícia Federal, Guimarães estava desarmado e acompanhado de uma mulher, que não foi
levada pelos policiais.
Para evitar o flagrante, o ex-policial chegou a apresentar
documentos falsos no nome de
Wellington José da Silva. No
imóvel onde Guimarães morava, os policiais federais encontraram outros documentos falsos que seriam usados por ele.
Guimarães foi levado para a
Superintendência Regional da
Polícia Federal em São Paulo.
Até o início da noite, ele estava
prestando depoimento. A Folha não conseguiu falar com
nenhum delegado responsável
pela operação.
Segundo o promotor Luiz
Henrique Paccini, integrante
de um grupo que investiga os
crimes de extermínio na cidade
de Ribeirão Preto, a prisão de
Guimarães pode esclarecer outros casos. "É uma prisão muito
importante. Ele praticou tudo
isso com mais outras pessoas.
Espero que, agora, ele colabore.
Assim que for possível, é importante ele ser ouvido", disse
Paccini.
No relatório da ONU
Uma das mortes atribuídas a
Guimarães foi incluída em relatório da ONU (Organização da
Nações Unidas) sobre crimes
de execução no Brasil. A morte
é a do detento João Paulo Alves
da Silva no 1º Distrito Policial
de Ribeirão, em 2002.
Guimarães é acusado de integrar, enquanto esteve foragido,
uma quadrilha de contrabando
e evasão de divisas que agia no
Brasil, EUA e Uruguai. Foi o
que mostrou a Operação Plata,
desencadeada pela PF para
combater o descaminho e o
contrabando de mercadorias
no país.
Texto Anterior: Acidente deixa Pinheiros e Jardins sem luz Próximo Texto: Memória: Preso se tornou ícone de grupo de extermínio Índice
|