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Lula elogia Cabral e volta a dizer que Rio é vítima de terrorismo
Ele afirmou que Forças Armadas e Força Nacional atuarão no Estado no que for preciso
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Antes de assinar a reedição
de Medida Provisória que libera R$ 60 milhões do governo federal para projetos de urbanização da favela da Rocinha, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva voltou a falar sobre "o terrorismo" que vitima o Rio, em
discurso no Palácio Laranjeiras
(residência oficial do governo
do Rio), na manhã de ontem.
"Aquilo é terrorismo, aquilo
não é bandido comum. Pegar
um ônibus, tocar fogo e ver pessoas morrendo, tem que ser
tratado como terrorismo de Estado (sic), porque é uma provocação ao Estado brasileiro. Não
tem meio termo nisso. Não é
um bandido comum, é uma
ação preparada de desacato ao
Estado brasileiro e, portanto,
nós temos que tratar assim e
enfrentar", afirmou Lula.
Em 28 de dezembro, criminosos atacaram delegacias e cabines da PM, além de atearem
fogo em um ônibus sem deixar
os passageiros sair, matando
sete pessoas carbonizadas
O presidente disse que as
Forças Armadas e a Força Nacional atuarão no Estado no
que for necessário, mas que o
governo federal não dará "um
passo sem conversar com o governador [Sérgio Cabral]".
Lula explicou por que não
atendeu à solicitação de Cabral
para que as Forças Armadas fizessem o patrulhamento do entorno dos quartéis. Segundo
ele, elas não podem ser usadas
para "combater o crime".
"Para isso nós criamos a Força Pública Nacional, ou seja,
uma polícia que tenha os melhores policiais de cada Estado,
que nós juntamos num momento em que precisa juntar. A
minha idéia é trabalhar para
que a Força Pública Nacional, a
Força de Segurança Nacional,
seja fixa e que a gente tenha
muito mais mobilidade."
A Força Nacional já está no
Rio com cerca de 500 homens e
poderá começar a patrulhar as
divisas do Estado ainda hoje.
Lula disse que é preciso de
mais "inteligência" e "sofisticação" para lidar com o crime organizado. "É uma "indústria"
que tem seu braço na política,
tem seu braço na indústria, tem
seu braço no Poder Judiciário,
tem o seu braço internacional."
Em "lua-de-mel" com Cabral
-ele vivia às turras com a ex-governadora Rosinha Matheus-, Lula fez diversos elogios à atual gestão, que começou há apenas 18 dias. Chamou
esse início de governo de "vigoroso" e disse que Cabral "veio
para mudar a história do Rio".
Rocinha
A verba para a Rocinha deverá ser gasta, entre outras coisas,
na implantação de um anel viário, que vai estabelecer limites
para o crescimento da comunidade, a construção de casas,
creches e de uma clínica de saúde. O Rio deverá dar uma contrapartida de R$ 12 milhões.
A MP foi reeditada porque,
depois da assinatura de convênio com o governo anterior,
não houve contrapartida.
Participou da solenidade o
presidente da Associação de
Moradores da comunidade,
William de Oliveira, a quem o
presidente se referiu pelo nome. Oliveira esteve preso e foi
investigado por associação para
o tráfico de drogas.
Gravações telefônicas, feitas
com autorização da Justiça,
mostraram Oliveira passar para um traficante detalhes de
uma operação policial que
aconteceria no dia seguinte.
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