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Prefeitura alega falta de demanda e decide fechar quatro bibliotecas em SP
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) determinou o fechamento de quatro bibliotecas
em São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura não
havia demanda para as unidades, mas dados da própria prefeitura mostram que houve
uma média de 50 acessos por
dia, em cada uma delas, nos primeiros nove meses de 2007.
Uma unidade, no Alto da Lapa, está fechada há um mês. As
outras, duas na Vila Mariana e
uma no Tatuapé, irão interromper os empréstimos até o
fim do mês. Juntas, tinham
acervo de 165 mil livros e somaram 58.842 acessos de janeiro a
setembro de 2007.
Os prédios das bibliotecas
Cecília Meireles, Alto da Lapa,
e Zalina Rolim, na Vila Mariana, passarão para as subprefeituras locais e serão transformados em centros de convivência.
A biblioteca Arnaldo de Magalhães Giácomo, no Tatuapé,
só poderá ser usada pela EMEI
Mary Buarque. A Chácara do
Castelo, também na Vila Mariana, é a única que ampliará o
acervo, mas fechará para o público - vai virar um Centro de
Conservação de Acervo.
"É de cortar o coração", diz a
dona-de-casa Mirna Zanella De
Bortoli, 56, que mora em frente
à unidade do Alto da Lapa. Ela
admite que já não havia visitantes "como antes", mas conta
que o lugar nunca estava vazio.
Com a medida, a Secretaria
Municipal de Cultura passa a
ter 51 bibliotecas. Outras, como
as 26 unidades dos CEUs, não
entram na conta por serem subordinadas à Secretaria de
Educação.
A presidente do Conselho
Regional de Biblioteconomia,
Regina Céli de Souza, diz que a
Unesco preconiza uma biblioteca a cada 3,5 km de área urbana e São Paulo deveria ter 120.
"Em vez de modernizar e chamar o público, eles fecham."
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