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Congresso aprova projeto que torna airbag obrigatório
O texto, que segue agora para sanção presidencial, determina obrigatoriedade de airbag frontal para motorista e passageiro
Segundo Denatran, a ideia é que, até 2014, todos os carros já saiam de fábrica com o item de segurança; regra vale também para importados
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou ontem um projeto que
inclui o airbag frontal para motorista e passageiro na lista de
itens obrigatórios de carros, caminhonetes e picapes. A medida vai para sanção presidencial.
Se ratificada, os veículos sairão
de fábrica já com o equipamento -importados também estão
sujeitos à medida. Carros em
circulação não necessitarão fazer a adequação.
O texto prevê um cronograma de adaptação, ainda a ser
definido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Diz
que os airbags deveriam começar a ser instalados no primeiro
ano após a regulamentação do
conselho em novos projetos de
veículos -ainda não desenvolvidos- e no quinto ano em projetos já existentes.
O próprio conselho já discutia a obrigatoriedade do airbag
e do freio ABS, que seria adotada por meio de regulamentação
do órgão. Segundo Alfredo Peres da Silva, presidente do conselho e diretor do Denatran
(Departamento Nacional de
Trânsito), a ideia é que a produção de veículos com airbags seja gradativa até 2014, quando
todos deverão sair de fábrica
com o item. Novos projetos podem ter de se adaptar até 2012.
Especialistas estimam que de
15% a 25% dos veículos vendidos no país tenham o item. Entre os carros populares, o índice
cai para menos de 5%.
A escala pequena de produção torna o preço do equipamento alto. Como opcional, o
airbag sai por R$ 2.070 em uma
marca de carro popular, segundo avaliação feita pela reportagem na internet. Outra marca
diz oferecê-lo num pacote com
freio ABS por R$ 2.800.
"Em larga escala, o preço poderia cair de 8% a 10%", diz Ronaldo Ferreira, gerente de engenharia e desenvolvimento da
Autoliv, uma das três companhias do ramo no Brasil.
O custo maior do carro para o
consumidor deve ser relativizado quando se trata de segurança, diz o diretor do Denatran.
"Quanto custa um acidente?
R$ 28 bilhões são o que o Brasil
gasta em acidente por ano,
além das mortes. A indústria
tem dificuldade de vender o
ABS e o airbag porque o consumidor prefere tirar esses equipamentos e colocar o som. E isso você só muda com obrigatoriedade", afirmou Silva.
Para a Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores), a simples inclusão do airbag pode
não ter o efeito desejado.
"Temos de avaliar a segurança completa, não só o fato de colocar um ou outro equipamento", disse Marco Antonio Saltini, vice-presidente.
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