São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

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Congresso aprova projeto que torna airbag obrigatório

O texto, que segue agora para sanção presidencial, determina obrigatoriedade de airbag frontal para motorista e passageiro

Segundo Denatran, a ideia é que, até 2014, todos os carros já saiam de fábrica com o item de segurança; regra vale também para importados


JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto que inclui o airbag frontal para motorista e passageiro na lista de itens obrigatórios de carros, caminhonetes e picapes. A medida vai para sanção presidencial. Se ratificada, os veículos sairão de fábrica já com o equipamento -importados também estão sujeitos à medida. Carros em circulação não necessitarão fazer a adequação.
O texto prevê um cronograma de adaptação, ainda a ser definido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Diz que os airbags deveriam começar a ser instalados no primeiro ano após a regulamentação do conselho em novos projetos de veículos -ainda não desenvolvidos- e no quinto ano em projetos já existentes.
O próprio conselho já discutia a obrigatoriedade do airbag e do freio ABS, que seria adotada por meio de regulamentação do órgão. Segundo Alfredo Peres da Silva, presidente do conselho e diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a ideia é que a produção de veículos com airbags seja gradativa até 2014, quando todos deverão sair de fábrica com o item. Novos projetos podem ter de se adaptar até 2012.
Especialistas estimam que de 15% a 25% dos veículos vendidos no país tenham o item. Entre os carros populares, o índice cai para menos de 5%.
A escala pequena de produção torna o preço do equipamento alto. Como opcional, o airbag sai por R$ 2.070 em uma marca de carro popular, segundo avaliação feita pela reportagem na internet. Outra marca diz oferecê-lo num pacote com freio ABS por R$ 2.800.
"Em larga escala, o preço poderia cair de 8% a 10%", diz Ronaldo Ferreira, gerente de engenharia e desenvolvimento da Autoliv, uma das três companhias do ramo no Brasil.
O custo maior do carro para o consumidor deve ser relativizado quando se trata de segurança, diz o diretor do Denatran.
"Quanto custa um acidente? R$ 28 bilhões são o que o Brasil gasta em acidente por ano, além das mortes. A indústria tem dificuldade de vender o ABS e o airbag porque o consumidor prefere tirar esses equipamentos e colocar o som. E isso você só muda com obrigatoriedade", afirmou Silva.
Para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a simples inclusão do airbag pode não ter o efeito desejado.
"Temos de avaliar a segurança completa, não só o fato de colocar um ou outro equipamento", disse Marco Antonio Saltini, vice-presidente.


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