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INUNDAÇÃO
Ação do Ministério Público tenta obrigar Estado e prefeitura a combater juntos os alagamentos em SP
Ministério pede ação contra enchentes
da Reportagem Local
O Ministério Público entrou ontem com ação civil pública na Justiça paulista para tentar obrigar o
Estado e a Prefeitura de São Paulo
a adotar uma ação conjunta para
combater as enchentes na região
metropolitana da capital.
A ação seria distribuída ainda
ontem a uma das varas da Fazenda
Pública. A ação civil pública é empregada sempre que se quer defender os interesses da coletividade e
não o de uma só pessoa.
Conforme requerimento do ministério na ação, se condenados,
Estado e prefeitura terão seis meses, a partir da promulgação da
sentença, para apresentar um projeto de contenção de inundações.
Esse projeto deverá ser executado em três anos. Para o não-cumprimento da determinação, o Ministério Público sugere multa diária de R$ 1 mil a ser dividida entre
as duas esferas da administração.
O promotor da habitação e urbanismo Lázaro Roberto de Camargo Barros, 45, responsável pela
ação, disse que a fundamentou
com base no mau uso que prefeitura e Estado estariam fazendo do
solo urbano.
``A preservação do solo é responsabilidade do Estado e do município. Pela investigação do Ministério Público, o motivo determinante das enchentes é a ocupação das várzeas dos rios -muitas
delas áreas de proteção ambiental- e a excessiva impermeabilização do solo'', afirmou Barros.
Ele contou que o Ministério Público fez um estudo durante um
ano a respeito das cheias na região
metropolitana de São Paulo. A investigação resultou em quatro volumes, com apensos, que instruíram a ação.
Liminar
Junto com a ação, Barros também entrou com pedido de medida liminar para obrigar, de imediato, a administração estadual e
municipal a realizar a limpeza de
córregos e do sistema de captação
de águas pluviais da cidade.
A ação possui também pedidos
adicionais. Quer que o Judiciário
condene Estado e prefeitura a elaborar um plano de proteção às
pessoas atingidas pelas enchentes,
com isenção de IPTU aos imóveis
afetados.
Pede, ainda, o pagamento de cinco salários mínimos a cada família
atingida -sem efeito indenizador- e que as contas de água e luz
dessas pessoas não sejam cobradas
por três meses.
Pela previsão de Barros, a ação
deve ser julgada dentro de um ano.
``Espero que ela termine antes do
próximo período de chuvas'', disse
ele.
(MAURO TAGLIAFERRI)
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