São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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CAOS
Novos desabamentos deixam pelo menos 2 mortos; governador pede ajuda de R$ 45,7 milhões ao governo federal
Chuva deixa 32 mil sem casa no Rio

da Sucursal do Rio

free-lance para a Folha Pelo menos 30 mil pessoas estão desalojadas e 2.350 estão desabrigadas em todo o Estado do Rio por causa das fortes chuvas que caem desde a semana passada. Há seis municípios em estado de emergência e três em estado de calamidade pública.
No final da tarde de ontem, foi registrado um desabamento numa obra em São Gonçalo (a 18 km do Rio). Havia três pessoas soterradas, com suspeita de pelo menos uma morte.
Em Belford Roxo (Baixada Fluminense), também no final da tarde, uma casa desabou sobre os moradores. Quatro pessoas, entre elas crianças, foram retiradas com vida dos escombros, mas os bombeiros estavam fazendo buscas no local para saber se havia outras pessoas soterradas.
Houve pelo menos mais três quedas de casas ou barracos na cidade do Rio, sem vítimas.
Em Petrópolis, na madrugada de ontem, um desabamento provocou duas mortes. Um barraco foi invadido pela água e desabou sobre cinco pessoas.
A dona-de-casa Maria José Correia, 36, morreu. Um morador conseguiu salvar as filhas dela, de 8 e 9 anos. O corpo do garoto Fabrício Coelho Caetano, 3, sobrinho de Maria José, só foi encontrado no final da manhã.
Quatro pessoas morreram desde o dia 11 de fevereiro em consequência de desabamentos nos municípios de Niterói, Petrópolis e Magé. A Defesa Civil do Estado está recolhendo donativos nos quartéis para os desalojados.
Ontem, o governador Marcello Alencar (PSDB) pediu ao secretário especial de Políticas Especiais do governo federal, Fernando Catão, R$ 45,7 milhões para recuperar estragos causados pela chuva.
Alencar e Catão sobrevoaram de helicóptero as áreas mais atingidas pelas chuvas. Catão disse que o pedido será avaliado. O presidente Fernando Henrique Cardoso é esperado no Rio amanhã, e Alencar deverá discutir o assunto com ele.
A situação mais grave é em Macaé (a 190 km do Rio). Com a chuva, o rio Macaé e seus afluentes transbordaram. Várias ruas estão alagadas. A prefeitura decretou estado de emergência e está pedindo doações em material de limpeza para desinfetar casas e ruas.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Macaé, o nível da água deve baixar em uma semana, se não voltar a chover.
Também estão em estado de emergência os municípios de Quissamã, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Magé e Guapimirim. Em Carapebus, Cachoeiras de Macacu e Conceição de Macabu, foi decretado estado de calamidade. No município do Rio de Janeiro, os bairros mais afetados pelo temporal da tarde de anteontem foram Tijuca, Maracanã (zona norte) e Jacarepaguá (zona oeste).
O lixo acumulado nos bueiros tomou conta da cidade. Mesmo com mil garis na rua, a previsão era de que o lixo só fosse retirado em 72 horas.



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