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EDUCAÇÃO
Exigências levarão em conta as características de cada região e devem ser definidas prontas em 60 dias
Aprovação de curso superior seguirá padrões
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Os pedidos de criação de cursos
de graduação feitos este ano só serão analisados pelo CNE (Conselho Nacional de Educação) após o
estabelecimento de padrões de
qualidade e referência. Esses padrões levarão em consideração a
região em que o curso será criado.
O objetivo da medida é acabar
com o "casuísmo e subjetivismo"
na decisão sobre novas graduações, segundo Éfrem Maranhão,
presidente da Câmara de Educação Superior do CNE.
Para abrir uma graduação, a instituição de nível superior que não
tenha autonomia precisa pedir autorização ao CNE.
Até julho de 97, a instituição enviava ao conselho o pedido de
criação com um projeto.
Nesse projeto, havia informações como número de professores
e instalações. Com base apenas
nesses documentos, o conselho
dizia se o processo podia ou não
ter seguimento.
Caso fosse decidido pelo seguimento, uma comissão verificadora deveria visitar o local onde seria
criada a faculdade e elaborar um
relatório, sem ter prazo definido.
Depois, o CNE analisava o relatório e decidia se a autorização seria ou não concedida.
""Era um banco de negócios, o
conselho só analisava papel. Não
queremos mais trabalhar assim.
Desde julho, o CNE só entra nesse
processo após a visita da comissão
verificadora, quando já há dados
mais concretos", disse Maranhão.
De julho até este ano, entraram
no CNE 600 pedidos de criação de
cursos, que estão sendo analisados
nessa nova sistemática.
"Nós queremos aperfeiçoar, por
isso estamos exigindo padrões claros de qualidade, para que se possa saber objetivamente por que
um curso recebeu autorização e
outro, não", disse o presidente.
De acordo com Maranhão, havia
um grande disparate em todo o
processo. Às vezes, o nível de exigência para a abertura de uma graduação era o mesmo para um doutorado. O contrário -muitas facilidades- também acontecia.
Com os padrões, haverá uma referência a ser seguida. Eles serão
sugeridos pelas novas comissões
de especialistas de cada área do conhecimento, aprovadas pelo CNE.
Essas comissões, compostas na
maioria por doutores, vão sugerir
padrões baseados em critérios como qualificação do corpo docente,
biblioteca atualizada e instalação
física, como computadores e laboratórios. Com esses dados, as comissões desenham o que seria o
perfil desejável de cada curso e sugerem conceitos de A até E.
Numa área carente, pode ser dada autorização para a abertura de
um curso padrão C, pois relativamente estaria acima da média.
Segundo Maranhão, em cerca de
60 dias os padrões deverão estar
prontos.
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