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Sindicato recorre ao TJ para impedir licitação dos "escolões" da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sindicato da Indústria da
Construção Civil (Sinduscon-SP)
deve entrar com recurso hoje, no
Tribunal de Justiça, para interromper a licitação dos Centros
Educacionais Unificados, os "escolões". A acusação é que o edital
da prefeitura favorece grandes
empreiteiras e, além disso, é contrário à Lei de Licitações.
Há três meses, a prefeita Marta
Suplicy anunciou a construção de
45 "escolões". O projeto prevê escolas municipais com piscinas,
anfiteatro e quadras poliesportivas abertas à população da periferia. A conclusão dos 20 primeiros
está prevista para o início de 2003.
Na semana passada, o Sinduscon entrou com mandado de segurança na 5ª Vara da Fazenda
Pública. Porém a Justiça indeferiu, na sexta-feira, o pedido liminar para interromper a licitação.
Cabe, agora, o recurso ao TJ.
A pré-qualificação das empresas, primeira fase da licitação, é o
que atraiu o protesto do sindicato.
No edital, a prefeitura indica a
realização das obras em pacotes
de três a cinco "escolões", a R$ 8
milhões cada um. A lei exige que a
construtora escolhida tenha patrimônio líquido de no mínimo
10% do valor da obra. Ou seja, entre R$ 2,4 milhões e R$ 4 milhões.
"O procedimento fere o artigo
7º da lei, que exige projeto básico
com um orçamento detalhado em
planilhas. Como se sabe que cada
"escolão" custará R$ 8 milhões?",
questiona Renato Romano Filho,
gerente jurídico do Sinduscon.
A bancada de oposição à prefeita na Câmara Municipal protocolou, na sexta-feira, pedido de parecer da Ordem dos Advogados
do Brasil sobre a licitação. Segundo a OAB, o pedido não havia
chegado ontem à presidência.
Outro lado
À noite, as secretarias de Governo e de Serviços e Obras divulgaram comunicado afirmando "estranhar o Sinduscon e o PSDB". A
prefeitura alega que as exigências
da licitação se devem à "complexidade técnica e física das obras".
O documento diz ainda que, antes do início da concorrência, foi
realizada audiência com empreiteiras e entidades, sem que houvesse questionamentos. Segundo
a prefeitura, há 90 edificações públicas em andamento e outras 26
em licitação que contemplam pequenas e médias empresas.
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