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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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EDUCAÇÃO

Cursos na unidade, na zona leste da capital paulista, não estão definidos

Estado quer apressar campus da USP para início de 2004

DA REPORTAGEM LOCAL

A USP (Universidade de São Paulo) vai tentar antecipar em seis meses a construção do novo campus na zona leste de São Paulo e inaugurá-lo no começo de 2004. O primeiro prédio vai começar a funcionar ainda quando estiver pela metade.
Pelo projeto, a inauguração seria no segundo semestre do ano que vem, criando vagas só para 2005, mas o governo quer oferecer cursos já no vestibular 2004.
A USP na zona leste terá mil vagas no seu primeiro vestibular. Serão implantados inicialmente de cinco a sete cursos, mas eles ainda não estão definidos.
No lançamento oficial do projeto, ontem, pelo governador Geraldo Alckmin, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, João Carlos de Souza Meirelles, pediu urgência à universidade.
A assessoria do secretário, a quem está subordinada a USP, e a presidente da comissão coordenadora, professora Myriam Krasilchik, dizem que não é possível fazer a promessa, mas vão tentar antecipar os prazos. "Prefiro não criar expectativas, mas será feito todo o esforço possível para criar as vagas no menor prazo, eventualmente até para o vestibular 2004", afirma Krasilchik.
Segundo o arquiteto e professor Sylvio Sawaya, coordenador da Comissão de Infra-Estrutura e autor do projeto do novo campus, a antecipação é possível fisicamente. "A primeira fase do projeto, que estava prevista para oito meses, pode ser feita em seis."
Além disso, a construção pode começar mais cedo. Estava prevista para iniciar-se em novembro deste ano, mas pode ser antecipada para setembro.

Área ocupada
O novo campus ficará perto do parque Ecológico do Tietê, às margens do rio e perto da rodovia Ayrton Senna. Segundo a USP, não haverá prejuízo ambiental porque serão construídas edificações em, no máximo, 20% da área do terreno. A área total é de 1,25 milhão de m2, e os prédios devem ocupar até 250 mil m2.
O custo do primeiro prédio está estimado em R$ 40 milhões. Ele já será ocupado quando estiver construído pela metade. No total, estão previstos dez prédios, mas a construção de tudo deve demorar de 20 a 25 anos. A previsão de custo total dos dez prédios, que têm tamanhos diferentes, seria de R$ 350 milhões a R$ 400 milhões.
Krasilchik diz que a zona leste foi escolhida porque não há nenhuma universidade pública na região. "A comunidade é muito ativa e demandou isso por muitos anos. A USP queria aumentar o número de vagas, estudou várias possibilidades e se decidiu por lá."
Não haverá política de cotas para alunos da região entrarem na universidade com prioridade. Mas haverá um benefício para a comunidade: a contratação de professores, segundo Krasilchik, vai privilegiar pesquisadores que tiverem projetos para a região.

Definição de cursos
Uma comissão com 40 pessoas está estudando que cursos serão ministrados no novo campus. Na próxima semana, a universidade começa uma pesquisa com alunos do ensino médio e de cursinhos comunitários da cidade para sondar quais são sugeridos.
Esse trabalho deve terminar em um mês. A definição dos cursos deve acontecer neste semestre.
Já está definido que não haverá carreiras tradicionais, como medicina e engenharia. O estatuto da USP não permite a duplicação de cursos na mesma cidade.
O campus apresentará novidades como um anfiteatro flexível, que pode ter diferentes configurações e servir para aulas magnas ou peças teatrais experimentais.


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