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Perito aponta erro na execução de obra
da Sucursal do Rio
O perito Hugo Campos, um dos
responsáveis pelo laudo criminal
sobre as causas do desabamento
do Palace 2, disse que "está evidente que houve erro na execução
da obra do edifício".
Em quatro pilares de sustentação foram encontrados pedaços de
madeira, sacos de cimento, plásticos e jornal misturados ao concreto. Campos não quis adiantar o resultado das análises do cálculo estrutural do prédio, mas disse que
se trata de uma construção "ousada", que, para resistir, necessitaria
no mínimo de uma execução perfeita. A construtora Sersan alega
que houve erro no cálculo estrutural, e não na execução da obra.
Técnicos do INT (Instituto Nacional de Tecnologia) recolhem
amostras dos quatro pilares que
puderam ser identificados (4a,
17a, 35a e 44a). Essas amostras serão analisadas em laboratórios a
partir da próxima semana.
A previsão é que em 15 dias o
laudo criminal esteja pronto, segundo o ICCE (Instituto de Criminalística Calos Éboli). O delegado
Carlos Alberto Nunes Pinto, responsável pelo inquérito, voltou a
afirmar que só espera o resultado
desse laudo para iniciar a indiciação dos responsáveis pela obra.
O Palace 2 desabou parcialmente
no dia 22 de fevereiro, causando a
morte de oito pessoas, e teve de ser
implodido seis dias depois.
No pilar 17A, apontado como o
que causou o desabamento, foram
encontrados outros problemas.
Parte de sua ferragem está pintada, e o técnico do INT José Roberto Albuquerque suspeita que a tinta, possivelmente zarcão, tenha sido usada para evitar a corrosão.
"Ainda dependemos dos exames
laboratoriais, mas posso dizer
que, se alguém tentou recuperar
esse pilar, não usou técnicas adequadas", disse ele. O revestimento
dessa parte "recuperada" do pilar
foi feita com argamassa, quando
deveria ter sido feita com concreto, segundo Albuquerque.
Ganchos de ferro que deveriam
envolver a armadura dos pilares e
constavam da planta estrutural
não foram encontrados.
A defesa jurídica da Sersan vai
sustentar que o desabamento foi
causado por erro nos cálculos estruturais de dois pilares. Autor do
projeto estrutural, o engenheiro
civil José Roberto Chendes disse,
em depoimento à polícia, que não
houve erro nos cálculos.
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