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Em Cumbica, as filas chegaram a 3 km
Com a paralisação dos servidores da Polícia Federal, cerca de 3.000 pessoas esperavam para passar pelo controle de passagem
Em Congonhas, agentes
conferiam passagem com
documento de identidade,
o que aumentou a espera
e irritou os passageiros
AFRA BALAZINA
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos, foi o mais afetado
ontem pela paralisação de 24
horas de servidores da Polícia
Federal. Com cerca de 3.000
pessoas aguardando para passar pelo setor de controle de
passagem, as filas se estendiam
por cerca de três quilômetros
nos dois terminais.
À noite, os passageiros chegaram a esperar três horas para
embarcar.
Segundo a Infraero, que administra os aeroportos, a paralisação não provocou o atraso
de vôos, porque muitos passageiros, já sabendo da paralisação, chegaram com várias horas
de antecedência. Funcionários
das companhias aéreas chegaram a ir até as filas para agilizar
o atendimento dos passageiros.
"É uma vergonha eles fazerem greve depois de tudo que já
ocorreu nos aeroportos. Mas se
a gente falar alguma coisa ou
reclamar [com os policiais federais], não passa nem da porta
do embarque", disse Maria Engels, diretora de vendas.
Para o francês Joel Mitey, a
longa fila tinha uma explicação.
"Isso é o Brasil."
Os grevistas deixaram Cumbica por volta das 22h, quando
as filas começaram a diminuir.
Em Congonhas, a espera foi
por conta da ação dos agentes
da PF, que por quase uma hora
(das 14h10 às 15h04) conferiram o bilhete aéreo com o documento de identidade de
quem embarcaria nos vôos domésticos. A medida irritou os
passageiros. "Isso é uma palhaçada. Sempre quem leva a pior é
a população", afirmou o empresário Fabiano dos Santos, 32,
que viajaria para Florianópolis.
Devido a extensa fila, a Infraero foi obrigada a desligar a
escada rolante que dá acesso ao
setor de embarque para não
causar acidentes. Muitas pessoas já se aglomeravam por ali.
Houve bate-boca entre passageiros e os agentes da PF.
A primeira pessoa a passar
pela operação-padrão em Congonhas foi Diego Alemão, o ganhador do R$ 1 milhão do "Big
Brother Brasil 7", da Globo. "Eu
não estava sabendo dessa medida", respondeu, enquanto
procurava seu documento.
A superintendência da PF, na
Lapa, fechou. Cerca de 200 pessoas que estavam na fila desde
as 4h30 se aglomeraram em
frente ao portão. Os usuários só
souberam às 10h30, pelo carro
de som dos grevistas, que apenas os casos emergenciais seriam atendidos.
Em Salvador (BA), as filas no
aeroporto Luís Eduardo Magalhães ocupavam mais da metade do saguão no fim da tarde,
quando cinco vôos internacionais registravam atraso.
Segundo o sindicato da PF na
Bahia, alguns passageiros esperaram até duas horas para embarcar, o que gerou protestos.
Também houve operação-padrão na ponte da Amizade,
em Foz do Iguaçu (PR), para
onde 60 policiais foram deslocados. São apenas cinco agentes normalmente.
A primeira paralisação nacional da PF foi no dia 28 de
março, mas, naquela ocasião, os
aeroportos, portos e fronteiras
haviam sido poupados da operação-padrão.
Colaborou a AGÊNCIA FOLHA
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