São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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Em Cumbica, as filas chegaram a 3 km

Com a paralisação dos servidores da Polícia Federal, cerca de 3.000 pessoas esperavam para passar pelo controle de passagem

Em Congonhas, agentes conferiam passagem com documento de identidade, o que aumentou a espera e irritou os passageiros

AFRA BALAZINA
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, foi o mais afetado ontem pela paralisação de 24 horas de servidores da Polícia Federal. Com cerca de 3.000 pessoas aguardando para passar pelo setor de controle de passagem, as filas se estendiam por cerca de três quilômetros nos dois terminais. À noite, os passageiros chegaram a esperar três horas para embarcar.
Segundo a Infraero, que administra os aeroportos, a paralisação não provocou o atraso de vôos, porque muitos passageiros, já sabendo da paralisação, chegaram com várias horas de antecedência. Funcionários das companhias aéreas chegaram a ir até as filas para agilizar o atendimento dos passageiros. "É uma vergonha eles fazerem greve depois de tudo que já ocorreu nos aeroportos. Mas se a gente falar alguma coisa ou reclamar [com os policiais federais], não passa nem da porta do embarque", disse Maria Engels, diretora de vendas. Para o francês Joel Mitey, a longa fila tinha uma explicação. "Isso é o Brasil." Os grevistas deixaram Cumbica por volta das 22h, quando as filas começaram a diminuir.
Em Congonhas, a espera foi por conta da ação dos agentes da PF, que por quase uma hora (das 14h10 às 15h04) conferiram o bilhete aéreo com o documento de identidade de quem embarcaria nos vôos domésticos. A medida irritou os passageiros. "Isso é uma palhaçada. Sempre quem leva a pior é a população", afirmou o empresário Fabiano dos Santos, 32, que viajaria para Florianópolis. Devido a extensa fila, a Infraero foi obrigada a desligar a escada rolante que dá acesso ao setor de embarque para não causar acidentes. Muitas pessoas já se aglomeravam por ali. Houve bate-boca entre passageiros e os agentes da PF.
A primeira pessoa a passar pela operação-padrão em Congonhas foi Diego Alemão, o ganhador do R$ 1 milhão do "Big Brother Brasil 7", da Globo. "Eu não estava sabendo dessa medida", respondeu, enquanto procurava seu documento. A superintendência da PF, na Lapa, fechou. Cerca de 200 pessoas que estavam na fila desde as 4h30 se aglomeraram em frente ao portão. Os usuários só souberam às 10h30, pelo carro de som dos grevistas, que apenas os casos emergenciais seriam atendidos.
Em Salvador (BA), as filas no aeroporto Luís Eduardo Magalhães ocupavam mais da metade do saguão no fim da tarde, quando cinco vôos internacionais registravam atraso. Segundo o sindicato da PF na Bahia, alguns passageiros esperaram até duas horas para embarcar, o que gerou protestos. Também houve operação-padrão na ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), para onde 60 policiais foram deslocados. São apenas cinco agentes normalmente. A primeira paralisação nacional da PF foi no dia 28 de março, mas, naquela ocasião, os aeroportos, portos e fronteiras haviam sido poupados da operação-padrão.


Colaborou a AGÊNCIA FOLHA


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