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Não houve irregularidade na contratação das ONGs, afirma ex-secretário do Trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-secretário municipal do
Trabalho Gilmar Viana da Conceição (PDT), ligado à Força
Sindical, reconhece que, apesar
de o número de alunos ter sido
menor do que o estabelecido na
licitação, a prefeitura repassou
às ONGs o valor integral dos
contratos. Para ele, porém, não
houve irregularidade.
Conceição -que concedeu a
entrevista na secretaria e em
companhia do atual chefe-de-gabinete da secretaria, Waldir
Salvadore,- argumenta que a
própria prefeitura é que deveria ter enviado às ONGs 6.600
alunos, e não apenas os 4.654
que freqüentaram os cursos.
Segundo o ex-secretário do
Trabalho, o número de alunos
foi menor porque houve uma
evasão provocada pela descontinuidade do programa. Alunos
que haviam feito a primeira fase do programa acabaram desistindo porque a segunda fase
demorou a ser implementada.
O atraso ocorreu, diz ele, porque restrições orçamentárias
impediram que a prefeitura
contratasse as ONGs de forma
mais rápida. Nesse intervalo,
muitos alunos teriam desistido.
Segundo ele, o primeiro módulo do curso (com aulas de
português, matemática e informática) terminou em dezembro. O segundo, em que houve a
contratação das dez ONGs, deveria ter começado em seguida,
mas, por falta de verbas, acabou
iniciado apenas em abril.
Ele não explicou, porém, porque os contratos não foram redigidos sem prever o problema
ou porque não foram renegociados. "Poderia ser previsto,
mas não foi", disse.
Sobre a falta de controle sobre a inserção dos jovens no
mercado de trabalho, como
prevê o contrato, o chefe-de-gabinete disse não ter feito o
estudo por falta de estrutura,
mas que irá realizá-lo em breve.
"Os resultados de impacto
ainda não foram medidos. É
uma coisa que a gente está
preocupado e vamos fazer isso", disse o ex-secretário.
A presidente do Instituto
Santa Mônica, Fabiana Santos,
foi procurada para comentar o
assunto, mas não se pronunciou. A reportagem enviou
também as questões por e-mail, mas não houve resposta.
A Sehal alega que não há irregularidade nos contratos.
O secretário-adjunto, Carlos
Alexandre Nascimento, disse
que se as ONGs têm ligações
políticas, essas ligações não influenciaram a licitação.
Tanto Conceição quanto
Nascimento afirmam que, apesar de problemas encontrados
durante a execução do programa, o Capacita Sampa é o modelo a ser seguido. Segundo ele,
o projeto tem a vantagem de ser
também um programa de
transferência de renda para carentes, uma vez que, além de
pagar as ONGs, repassa diretamente aos alunos R$ 200 mensais de auxílio financeiro.
Erros cometidos na primeira
etapa do programa, ainda segundo eles, estão sendo corrigidos para a nova etapa, apesar de
o contrato continuar a prever
pagamentos por lotes, e não por
alunos efetivamente atendidos
pelos cursos.
(RP e JEC)
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