São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2010

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ITALO PUPPIO (1929-2010)

Como ninguém andava sem calça, ele abriu uma loja

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao observar as pessoas no dia a dia, Italo Puppio teve a grande sacada de sua vida. "Vejo muita gente sem camisa, mas ninguém sem calça", disse certa vez ao amigo Luciano Rondi. Foi assim que os dois montaram a rede de lojas Só Calças.
Nascido em São Bento do Sapucaí, cidade com atualmente 10.966 habitantes no interior do Estado de SP, Italo era filho de seu Zeca, proprietário de um armarinho que vendia de tudo. A mãe, Felicidade, era dona de casa. Aos 19 anos, veio a São Paulo para tentar a vida.
Logo foi trabalhar nas indústrias do comendador Serafino Fileppo, e acabou se tornando gerente de uma loja. Foi nessa mesma época que conheceu o sobrinho do dono, o Luciano, que mais tarde se tornaria seu sócio.
O negócio que eles abriram chegou a ter 14 lojas só na capital paulista, muitas em shoppings, como Iguatemi, Ibirapuera, Eldorado, Morumbi e Center Norte, e outras espalhadas pela cidade. Chamavam-se Duque Calças ou Calça Mania.
Italo manteve o negócio por mais de três décadas. Homem solteiro e sem filhos, no ano de 1989 ele decidiu sair pacificamente da sociedade que criara. Com um grande patrimônio já constituído, foi viver de renda.
Era um homem introvertido e apaixonado por carros, conta a sobrinha Rosa. Em determinada época, chegou a ter três Mercedes. De acordo com Rosa, o tio era uma pessoa muito generosa. Seu sonho, não realizado, era ver a mãe curada de um câncer.
No fim de sua vida, começou a frequentar as missas de uma igreja. Estava internado desde que havia quebrado o fêmur após uma queda. Morreu na quarta-feira, aos 80 anos, de falência múltipla de órgãos.

coluna.obituario@uol.com.br


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