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ITALO PUPPIO (1929-2010)
Como ninguém andava sem calça, ele abriu uma loja
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao observar as pessoas no
dia a dia, Italo Puppio teve a
grande sacada de sua vida.
"Vejo muita gente sem camisa, mas ninguém sem calça",
disse certa vez ao amigo Luciano Rondi. Foi assim que os
dois montaram a rede de lojas Só Calças.
Nascido em São Bento do
Sapucaí, cidade com atualmente 10.966 habitantes no
interior do Estado de SP, Italo
era filho de seu Zeca, proprietário de um armarinho que
vendia de tudo. A mãe, Felicidade, era dona de casa. Aos 19
anos, veio a São Paulo para
tentar a vida.
Logo foi trabalhar nas indústrias do comendador Serafino Fileppo, e acabou se
tornando gerente de uma loja.
Foi nessa mesma época que
conheceu o sobrinho do dono,
o Luciano, que mais tarde se
tornaria seu sócio.
O negócio que eles abriram
chegou a ter 14 lojas só na capital paulista, muitas em
shoppings, como Iguatemi,
Ibirapuera, Eldorado, Morumbi e Center Norte, e outras espalhadas pela cidade.
Chamavam-se Duque Calças
ou Calça Mania.
Italo manteve o negócio
por mais de três décadas. Homem solteiro e sem filhos, no
ano de 1989 ele decidiu sair
pacificamente da sociedade
que criara. Com um grande
patrimônio já constituído, foi
viver de renda.
Era um homem introvertido e apaixonado por carros,
conta a sobrinha Rosa. Em
determinada época, chegou a
ter três Mercedes. De acordo
com Rosa, o tio era uma pessoa muito generosa. Seu sonho, não realizado, era ver a
mãe curada de um câncer.
No fim de sua vida, começou a frequentar as missas de
uma igreja. Estava internado
desde que havia quebrado o
fêmur após uma queda. Morreu na quarta-feira, aos 80
anos, de falência múltipla de
órgãos.
coluna.obituario@uol.com.br
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