|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BATALHA NA PAULISTA /GOVERNO
Petrelluzzi diz ter dado ordem para que a polícia "não tolere bloqueios" na avenida
PM agiu com bom senso, diz secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio
Petrelluzzi, disse ontem que a polícia ""agiu com bom senso até o limite do razoável" ao reprimir o
protesto dos servidores estaduais,
metroviários, professores e estudantes na avenida Paulista.
""Do que vi pela TV, a ação da
tropa de choque foi adequada.
Quando houver outra manifestação desse tipo, a polícia irá agir da
mesma forma", afirmou.
Segundo o secretário, a cidade
de São Paulo não pode suportar a
paralisação de uma via da avenida, nos dois sentidos, que serve
como um dos principais corredores do trânsito e dá acesso a pelo
menos 20 hospitais na área central da cidade.
Para Petrelluzzi, a PM agiu em
defesa dos direitos dos outros
paulistanos que não participavam
do ato. ""Há uma ordem genérica
dada por mim, que não se tolere
bloqueios nas duas vias."
Ele afirmou que os manifestantes descumpriram o compromisso que haviam assumido antes do
protesto, de não interditar toda a
avenida. De acordo com o secretário, o ato poderia ser realizado
normalmente, mas desde que
uma das pistas ficasse liberada para o tráfego de veículos.
""A polícia só usou da força porque os manifestantes descumpriram o que estava combinado."
Expectativa
A secretaria e a PM esperavam
um ato tranquilo. Prova disso é
que foram surpreendidos pelo
confronto na avenida.
O uso de bombas de efeito moral - causam barulho-, gás e
balas de borracha, segundo o secretário, são as armas de ""impacto" necessárias para conter um
tumulto dessas proporções.
""Se a tropa de choque existe, é
porque admitimos que, às vezes, a
polícia tem de usar a força para
resolver determinados conflitos."
Incidente
Petrelluzzi considerou um incidente o fato de um fotógrafo que
acompanhava o protesto para o
jornal ""Agora São Paulo" ter se ferido na cabeça durante o confronto. ""Mesmo se o policial tivesse
má pontaria, dificilmente faria isso. Quando se está em uma cobertura dessa, isso eventualmente
pode ocorrer", disse o secretário.
Ele pediu que as pessoas refletissem sobre os dois lados do confronto antes de tomar partido. Segundo o secretário, as próprias lideranças do ato tentaram conter a
batalha usando o caminhão de
som do ato.
Governo
O pronunciamento do secretário foi a única resposta do governo à manifestação dos servidores
estaduais da educação e da saúde,
que estão em greve. O governador
Mário Covas (PSDB), por meio de
sua assessoria, informou que não
iria se manifestar.
Ele esteve em Campinas, no interior do Estado, onde criticou a
greve dos servidores. ""Faz cinco
anos que não havia greve na educação. Coincidentemente acontece neste ano, que é de eleição",
disse Covas pela manhã, antes do
confronto na capital.
À tarde, Covas ficou em seu gabinete despachando e recebendo
as informações da confusão na
avenida Paulista. Apesar dos pedidos de entrevista, sua assessoria
informou que ele não iria comentar o confronto entre servidores e
policiais. O secretário da Segurança Pública é quem falaria em nome do governo.
Pedido
No que depender do governador, a greve dos servidores estaduais está longe do final. Pelo menos foi o que ficou claro em seu
discurso em Campinas, ontem.
Segundo Covas, os professores e
funcionários da Secretaria de Estado da Educação tiveram seis ou
sete aumentos em seu governo, o
que representaria aumento superior a 130%. Em alguns casos, segundo ele, o reajuste chegou a
220%. A categoria questiona esses
dados e promete manter a paralisação por tempo indeterminado.
Em relação ao pedido de reajuste de 54% dos servidores da área
da Saúde, disse que não atende.
""Imagina, 54% de aumento, dá
R$ 1,9 bilhão, que é quase um mês
e meio de arrecadação de ICMS",
disse o governador.
Texto Anterior: Fotógrafo é ferido em protesto Próximo Texto: CET vai pedir indenização por estragos causados Índice
|