São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006
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GUERRA URBANA /POLICIAIS Entidade de cabos e soldados entrou com representação criminal contra Abreu Filho e Furukawa, por não terem alertado sobre ataques Associação de PMs acusa Estado de descaso
REGIANE SOARES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo protocolou ontem, na Procuradoria Geral de Justiça, representação criminal contra os secretários estaduais Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança Pública) e Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária). A entidade quer que o Ministério Público investigue a responsabilidade dos secretários nos ataques criminosos liderados pelo PCC. "Avaliamos que houve traição e descaso das autoridades com os policiais, pois sabiam que haveria reação às transferências dos presos", disse o presidente da associação, cabo Wilson de Oliveira Morais. A representação seguirá para análise do procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, que estava em Recife ontem e não pôde receber o documento pessoalmente. No texto, o cabo Wilson também reivindica a instauração de ações de indenização às famílias dos policiais mortos pelos danos materiais e morais causados pelos ataques. Segundo o presidente da associação, os secretários Saulo de Castro Abreu Filho e Nagashi Furukawa sabiam que o comando do PCC não iria se conformar com a transferência de quase 800 presos, ocorrida na quinta-feira da semana passada, para a penitenciária de Presidente Venceslau (620 km de SP). "Era previsto que algo iria acontecer em represária às transferências", comentou o cabo Wilson. Ele garantiu que os policiais não foram avisados dos ataques e, por isso, foram pegos de surpresa. "Se soubessem, teriam feito barricadas na frente das bases." Na representação, o presidente da associação relata que estava em Botucatu, na quinta-feira passada, quando soube da rebelião na penitenciária de Avaré. Segundo ele, naquela região já se comentava entre os policiais militares a possível reação do PCC. Porém, nenhuma informação oficial foi repassada. Uma semana após o início da onda de violência, cabo Wilson disse que o sentimento da tropa é de "virar o jogo" para combater as ações criminosas. Mas acredita que o suposto acordo entre o governo e o comando do PCC contribuiu para a diminuição dos ataques. "Como a polícia é mais forte, [os bandidos] começaram a recuar. Agora os policiais estão mais preparados para o combate." Em nota, a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes informou que o governo não se pronunciará sobre a representação enquanto não for notificado. Segundo a assessoria, o governador Cláudio Lembo destacou que os secretários estão desempenhando um bom trabalho e, por isso, continuam no governo. Texto Anterior: Ademar Gomes Próximo Texto: "O Estado tinha obrigação de evitar os ataques", diz mãe de soldado morto Índice |
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