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GUERRA URBANA/ SISTEMA CARCERÁRIO
Considerados foragidos, eles representam 8,54% do total de detentos do Estado; índice é superior ao dos últimos quatro anos
965 presos não voltam de saída provisória
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um total de 965 presos dos
12.633 de todo o Estado de São
Paulo não voltaram para as unidades prisionais após a saída temporária para o Dia das Mães. A
parcela, de 8,54%, é superior aos
índices registrados nos últimos
quatro anos. Os números não
contabilizam 15 presas do Centro
de Ressocialização Feminina de
São José dos Campos, cujo retorno está previsto para hoje.
O benefício da saída temporária
é previsto na Lei de Execuções Penais e é dirigido a presos do regime semi-aberto que apresentem
bom comportamento.
Quando o preso não volta é considerado foragido e, se recapturado, pode perder o direito ao regime semi-aberto e voltar a cumprir
pena em regime fechado.
Em 2005, 6,41% dos 11.162 presos liberados para o Dia das Mães
não retornaram para suas respectivas prisões, um total de 716 pessoas. Em 2004, o percentual foi
parecido: 6,48% (636) de 9.811
presos ficaram fora das celas além
da data permitida.
No ano anterior, 6,8%, de 9.455,
não retornaram aos presídios. Em
2002, o número foi maior, 697
(7,85%) presos de 8.881 que receberem o benefício deixaram de
comparecer às unidades prisionais para cumprir o resto da pena.
A reportagem tentou falar sobre
os números com o secretário da
Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, na noite de ontem, mas ele não estava mais na
secretaria devido ao horário.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, a função do
órgão é "somente abrir as portas
para que eles [presos] saiam e recebê-los de volta", já que o benefício é determinado pela Justiça.
São Paulo
Na Vara de Execuções da Capital, a maior do Estado, 2,5% dos
presos que receberam o benefício
não retornaram para a prisão
-15 no total de 602 detentos.
"Esse número mostra que a
idéia, divulgada por alguns veículos de comunicação, de que existe
um exército de criminosos na rua,
não é verdadeira", afirmou o juiz
Carlos Fonseca Monnerat, corregedor dos presídios da capital.
Segundo ele, o Judiciário analisa
todos os casos e veta muitos pedidos de saída temporária. "Não é
indiscriminado. É feita uma análise séria. Tanto que um quarto dos
pedidos [187 de 798 solicitações
feitos à Justiça] foram negados",
disse Monnerat.
Centrais telefônicas
A Polícia Civil de São Paulo estourou entre anteontem e ontem
quatro centrais telefônicas clandestinas, em Santos e Bauru. As
centrais descobertas em Santos
seriam utilizadas pelo PCC, segundo a polícia. Quatro pessoas
foram presas.
Em Bauru (343 km a noroeste
de São Paulo), duas pessoas foram detidas em uma das centrais.
Na outra, mãe e filho, de 39 e 18
anos, foram presos temporariamente. A Polícia Civil de Bauru
não ligou as centrais ao PCC.
(MATHEUS PICHONELLI, RENATA BAPTISTA, LUÍSA BRITO E GILMAR PENTEADO)
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