DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO SEBASTIÃO
DA AGÊNCIA FOLHA

Três homens armados com uma espingarda e revólveres invadiram, na madrugada de ontem, a gráfica e a redação do jornal "Imprensa Livre", em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Parte da edição que seria veiculada ontem foi destruída e uma das máquinas de impressão, queimada.
Apesar de os criminosos mencionarem o PCC na ação, os responsáveis pelo jornal e a polícia não acreditam em vínculo com a facção criminosa. "Aproveitaram a onda de insegurança para agir", disse o editor-chefe, Igor Veltman.
Havia quatro funcionários na gráfica e dois na redação. O bando fez ameaças e agrediu um funcionário com uma coronhada e jogou gasolina em seu corpo. Ele ficou em estado de choque. Outro funcionário se cortou ao fugir pela janela. Os criminosos explodiram um coquetel motolov e fugiram a pé. Parte da edição foi destruída. A edição de hoje vai detalhar o episódio.
Veltman informou que o jornal não havia recebido ameaça direta até então, mas teve tentativas de cerceamento. "Houve corte de veiculação publicitária, fiscalizações sucessivas e, agora, a violência", disse.
Segundo ele, a publicação, que tem tiragem de 7.000 exemplares, é "pluralista e independente, com viés investigativo". "Várias de nossas matérias resultaram investigações, inquéritos do Ministério Público e até em ações civis públicas. Isso contraria o poder público. (...) De qualquer forma, nossa cobertura é noticiosa. Não há opinião nas matérias, apenas em artigos assinados."
O delegado Luiz Antônio Cunha dos Santos, responsável pela investigação, descarta ligação do crime com facções criminosas. (ADRIANA CHAVES e MARTHA ALVES)


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