MARIANA TAMARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os hotéis da cidade registraram 60% de não comparecimento dos hóspedes esperados desde o último domingo até a quarta-feira, quando uma onda de violência se espalhou por São Paulo, segundo a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). A entidade afirma que o prejuízo para o setor é de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.
A vida cultural e noturna da cidade também sofreu com os ataques criminosos: os restaurantes perderam 70% dos clientes e os bares, 90%, de acordo com o Sinhores (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares).
A Folha apurou que o hotel de luxo Maksoud Plaza, localizado a uma quadra da avenida Paulista, teve, no mínimo, 80 reservas canceladas nesta semana. Entre elas está a de um grupo de 30 estudantes de uma universidade norte-americana, que suspendeu a vinda para o Brasil.
O hotel foi informado de que agências de turismo nos Estados Unidos sugeriram que os alunos não viessem a São Paulo, alegando que a situação na cidade está perigosa.
Outros hotéis cinco estrelas da cidade -como o Unique, o George V, o Transamérica e o Hilton- afirmaram que o seu movimento na última semana foi normal, apesar dos ataques.
Apesar de terem sido os mais prejudicados no início da semana, os bares noturnos voltam aos poucos à normalidade.
Na noite de ontem, apesar de haver menos movimento nas ruas, a Vila Madalena, bairro conhecido pela agitação noturna, parecia voltar ao mesmo ritmo de outros dias.
Um dos bares mais tradicionais da região, o Filial, na rua Fidalga, estava quase lotado.
O casal Christian Nahas, 38, e Cristiane Teixeira, 40, que estava no estabelecimento, afirmou que não temia os ataques e não mudaria sua rotina por isso. "Mas não é por isso que eu vou voltar de madrugada", disse Nahas.


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