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Para ombudsman, TVs ajudaram a criar pânico
COLUNISTA DA FOLHA
A cobertura dos ataques do
PCC feita por todas as redes comerciais de TV foi sensacionalista e assustou o telespectador,
contribuindo para o "estado de
pânico" que tomou conta de
boa parte de São Paulo.
A avaliação é de Osvaldo
Martins, da Cultura, único ombudsman de TV no país. "O final de semana violento pegou
as emissoras de surpresa. Elas
se armaram para reagir na segunda-feira usando imagens
da sexta à noite, do sábado e do
domingo, e contribuíram para
instalar o pânico", escreveu
Martins no site da TV Cultura.
O ombudsman, que recentemente pregou o fim dos telejornais da Cultura, elogiou a cobertura feita pela emissora, que
classificou como "a mais equilibrada" e aprofundada, sem
"chapabranquismo" (a Cultura
é financiada pelo Estado).
Já as emissoras comerciais,
na opinião de Osvaldo Martins,
"não resistiram aos apelos do
sensacionalismo" e criaram
"um pacote-pânico que assustou a população".
O sociólogo Laurindo Lalo
Leal Filho, professor de jornalismo na USP (Universidade de
São Paulo), concorda com o
ombudsman da Cultura. O
professor não poupa a TV Globo. Em sua avaliação, a edição
do último domingo do "Fantástico" foi sensacionalista e se
utilizou de truques dramatúrgicos, como fundo musical.
Leal diz que a edição de anteontem do "Rede TV News",
apresentado por Marcelo Rezende na Rede TV!, foi ainda
mais sensacionalista.
O telejornal noticiou uma nova onda de ataques na quarta-feira e levou ao ar rumores que
acabaram se revelando mentirosos. Com a boa audiência, o
jornal foi esticado em uma hora (o dobro do normal).
Rezende contesta a acusação
de sensacionalismo. Ele afirma
que todas as notícias de seu telejornal estavam nos jornais
impressos de ontem. Já a Globo
desqualificou a avaliação de
Laurindo Lalo Leal Filho de
que o "Fantástico" foi sensacionalista. "Quem precisar de uma
manifestação contra a TV Globo não precisa perder tempo:
basta procurar sempre esse
professor [Leal Filho], que, sabe-se lá com que investidura,
resolveu assumir o papel de crítico de plantão da emissora",
reagiu o apresentador.
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