São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ministro demite 4 por denúncia de grampo

Agentes penitenciários denunciaram direção de presídio por gravar conversas de advogados com presidiários

José Eduardo Cardozo autorizou demissão publicada no dia 6; ex-funcionários dizem que foram perseguidos


RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

Quatro agentes penitenciários que denunciaram em 2008 um sistema ilegal de gravações de conversas de advogados com presos no presídio federal de Campo Grande (MS) foram demitidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" do dia 6 e está amparada no regime jurídico dos servidores públicos, que diz ser motivo para demissão a "revelação de segredo do qual [o servidor] se apropriou em razão do cargo".
Os agentes, na ocasião, também denunciaram a gravação clandestina de visitas íntimas aos presos.
Foram demitidos os agentes Valdemir Albuquerque, José Francisco de Matos, Ivanilton Morais Mota e Yuri Matos Carvalho, que presidia o sindicato dos agentes federais à ocasião da denúncia.
"A alegação é que eles subtraíram documentos de dentro do presídio e os divulgaram, o que é um absurdo", disse o advogado do grupo, Paulo Magalhães.
No ano passado, reportagem da Folha revelou que um relatório do próprio governo confirmava a existência de equipamentos de gravação de áudio e vídeo nos presídios federais.
Em março de 2010, a OAB-MS disse ter encontrado em vistoria equipamentos de gravação nos locais onde há contato entre presos e advogados e em uma cela destinada a visitas íntimas.
Na ocasião, o juiz federal Odilon de Oliveira (corregedor do presídio de 2006 a 2009) afirmou que as câmeras nos parlatórios estão instaladas "desde que existe o presídio". "O sistema só é usado com autorização judicial e em situações raras."
Os ex-agentes se dizem vítimas de perseguição.
O Ministério da Justiça disse que as demissões são resultado de processo administrativo e que as denúncias dos agentes do presídio foram investigadas e julgadas improcedentes.


Texto Anterior: FOLHA.com
Próximo Texto: Susto: Incêndio atinge prédio comercial na avenida Paulista
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.