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Especialistas defendem limite zero
da Reportagem Local
Especialistas em acidentes de
tráfego consultados pela Folha
acreditam que o limite de 0,6 g/l
estipulado pelo Código Brasileiro
de Trânsito é suave demais.
Para o presidente da Abramet,
Fábio Racy, o Brasil deveria adotar
o zero absoluto, como ocorre em
países como o Japão e a Suécia.
"A sensibilidade ao álcool varia
muito. Uma pessoa com 0,2 g/l pode estar completamente embriagada e outra com com 1 g/l pode estar
sóbria", afirma.
O presidente da Abdetran, Antônio Carlos de Carvalho, é outro defensor do zero absoluto. "Uma
pessoa que queira beber até 0,6 g/l
pode acabar perdendo a medida.
Carvalho não acredita, no entanto, que uma lei mais rigorosa seria
por si só suficiente para derrubar
os altos índices de acidentes de
trânsito causados pelo álcool.
Para mudar o comportamento
ao volante, na opinião dele, é necessário investir pesado em educação e prevenção.
Segundo o coronel Ricardo Salgado, comandante interino do
CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) de São Paulo, a
implantação do novo código já
contribuiu para uma redução do
número de acidentes, mas a situação ainda está longe do ideal.
Fiscalização
O CPTran dispõe de 42 bafômetros para fiscalizar a cidade de São
Paulo inteira. Como existem cerca
de 5 milhões de carros na cidade,
há um bafômetro para cada 119
mil motoristas.
De acordo com o coronel Salgado, o número é suficiente. "Sempre que um policial aborda um
motorista com suspeita de estar
alcoolizado, ele pode solicitar ao
batalhão que um bafômetro seja
deslocado até o local."
Salgado afirma que o bafômetro
só é usado caso essa suspeita exista
e sempre com o consentimento do
motorista. "Apesar de o artigo
277 do novo código dizer que o
motorista suspeito será submetido
ao teste, ainda existem controvérsias jurídicas sobre a obrigatoriedade de ele submeter-se."
No ano passado, diz o coronel, o
bafômetro deixou de ser usado
por vários meses devido a processos que o CPTran sofreu.
O resultado disso pode ser percebido pelo aumento do número
de autuações a motoristas alcoolizados entre os anos de 97 e 98. Este
ano, de janeiro a abril, foram 25
-12 só no Carnaval. No ano passado inteiro, foram 24.
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