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SEGURANÇA
Secretário de Justiça, impedido de entrar no presídio durante ação da Promotoria, diz que operação foi "inconstitucional"
Posto à margem, governo do Rio reage
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Justiça do Rio, Paulo Saboya, disse que a operação do Ministério Público no presídio Bangu 1 foi "inconstitucional", "extemporânea" e uma tentativa "solerte de desestabilizar o governo do Partido dos Trabalhadores" no Estado.
"Acho que tem jogo político por trás disso, porque a ilegalidade é
tão flagrante que não é possível
que haja boas intenções nisso tudo", afirmou o secretário.
Paulo Saboya disse não ter sido
informado sobre a operação pelo
Ministério Público. Ele e o diretor
do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), Edson de
Oliveira Rocha Júnior, foram impedidos de entrar no presídio de
segurança máxima para acompanhar o trabalho dos promotores.
A proibição teria partido dos próprios representantes do Ministério Público Estadual.
"Isso é um descarado abuso de
autoridade e, de jeito nenhum, vamos quebrar o princípio da autoridade do governo Benedita da
Silva. É um governo democrático,
popular, mas é um governo absolutamente centrado e sabe onde
tem as suas pernas", afirmou Saboya, que também não teve acesso às gravações dos telefonemas.
A governadora Benedita da Silva disse que ficou indignada com
a proibição da entrada do secretário de Justiça na unidade. "Nós
não estaremos de forma nenhuma cometendo ação arbitrária,
mas queremos investigar radicalmente porque não toleramos
abuso de poder", declarou.
Saboya questionou a liminar
concedida pela juíza Sônia Pinto,
da 1ª Vara Criminal de Bangu, que
determinou o afastamento imediato dos 98 funcionários que trabalham no presídio, inclusive o
diretor Durval Pereira de Melo,
no cargo havia dois meses.
O secretário disse ter recebido
por ofício, "e não por intimação,
como é o usual", o pedido de afastamento dos servidores, um dia
antes da operação da Promotoria.
Ontem mesmo, ele recorreu ao
Tribunal de Justiça, por meio da
Procuradoria Geral do Estado,
para cassar a liminar. Até que o TJ
se manifeste, Saboya disse que
cumprirá o mando da juíza.
Irritado, o secretário minimizou
a operação. "Foi um apreensão irrisória", disse ele à governadora.
Aos jornalistas, negou que tenha
sido montada uma central telefônica no presídio por traficantes ligados a Fernandinho Beira-Mar.
Segundo ele, foram apreendidos dois aparelhos de fax da direção, 16 fitas gravadas do sistema de TV interno, um catálogo, R$ 1.100 da custódia e alguns celulares. Ele não soube dizer a quem pertenciam os celulares. O secretário disse que o resultado da operação não é "nada absurdo".
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