São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

Vítimas foram pegas na saída das aulas, às 23h

Dois estudantes são assassinados perto de escolas públicas em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

DO "AGORA"

Dois alunos de escolas estaduais de São Paulo foram mortos anteontem à noite quando voltavam para casa, após as aulas. Os crimes aconteceram no mesmo horário, por volta das 23h, nas zonas sul e leste da cidade. As vítimas, um rapaz e uma garota, tinham 18 anos de idade.
Elisabeth Maria da Silva foi baleada em um terreno baldio vizinho à escola Presidente Salvador Allende Gossens, em Itaquera (zona leste).
Testemunhas disseram ter ouvido tiros e visto duas pessoas fugindo do local em seguida. A PM foi acionada e, quando chegou à área, encontrou Elisabeth com marcas de tiros no pescoço, na mão direita, no abdômen e nas costas. Não havia sinal de roubo nem de violência sexual.
Segundo a polícia, Elisabeth pode ter sido vítima de um acerto de contas. Na casa dela, a polícia localizou um diário onde ela mencionava que estava "jurada de morte" por causa de uma dívida de R$ 400.
O suposto credor da dívida estava identificado como Douglas. Dois suspeitos com esse nome já foram localizados pela polícia e passaram por exames residuográficos (que detectam a presença de pólvora nas mãos). O resultado ainda não tem data para sair.
Já o aluno Marcos Cardoso de Melo, 18, foi morto a cerca de 300 m da escola Jardim Castro Alves, no Parque do Grajaú (zona sul). Ele levou aproximadamente 20 tiros. A polícia não tem pistas dos assassinos. Familiares dizem crer que Marcos tenha sido confundido com um traficante.

Segurança nas escolas
A Secretaria de Estado da Educação preferiu não comentar os casos. Segundo a assessoria do órgão, os crimes não ocorreram dentro das escolas. Mesmo assim, a secretaria pediu que as rondas policiais nas duas áreas sejam reforçadas pela PM.
Até o final do mês, de acordo com o plano de segurança nas escolas lançado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no começo de maio, 3.000 novos vigias estarão atuando em áreas escolares. Além disso, 2.000 escolas deverão receber câmeras de monitoramento, e 997 zeladorias (tipo de casa anexa à escola) hoje vazias deverão receber policiais da ativa como moradores.



Texto Anterior: Infância: Mãe é acusada de prostituir filha
Próximo Texto: Morte do jornalista: Policial carioca faz investigações em SP em busca de Elias Maluco
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.