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EDUCAÇÃO
Verba terá de ser gasta em ensino público; governo pode recorrer
R$ 4 bilhões Estado é condenado a devolver
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo condenou o governo do Estado a investir R$ 4,1 bilhões no ensino público, como forma de compensar o
não-cumprimento, nos anos de
1998 e 1999, da obrigação constitucional de gastar 30% das receitas estaduais com a educação.
Proibiu também a inclusão no
percentual dos gastos com pagamentos a inativos, aquisição de
merenda e custeio de entidades e
atividades culturais. Como a decisão é em primeira instância, o governo pode recorrer dela.
O total a ser ressarcido aos cofres públicos deverá ser incluído
na Lei de Diretrizes Orçamentárias dos dois anos que se seguirem
à sentença final do processo
(quando não couber mais recurso). O prazo para que isso ocorra,
entretanto, é imprevisível.
A sentença teve como base uma
ação civil pública, fundamentada,
por sua vez, no relatório da CPI da
Educação (de 2000), cujas conclusões apontaram o desvio, entre
1995 e 1999, de R$ 6,4 bilhões da
educação para outros fins, entre
eles os inativos, despesas da rádio
e TV Cultura, Memorial da América Latina e Jardim Zoológico.
A base governista na Assembléia Legislativa conseguiu a anulação desse relatório.
Segundo o promotor Motauri
Ciocchetti de Souza (Infância e
Juventude), autor da ação, só a inclusão dos inativos representa
uma perda anual de R$ 2 bilhões.
Souza sustenta que o mais importante não é instituir uma "indenização" a ser paga pelo Estado, mas o fato de que "o princípio
[implícito na decisão" passará a
valer para o futuro". Ele diz acreditar que a sentença poderá servir
para nortear a conduta de todos
os prefeitos de cidades paulistas.
Outro lado
Até a noite de ontem, a Fazenda
do Estado não havia sido comunicada oficialmente da decisão judicial e, por isso, preferiu não se manifestar. "Mas, se a sentença implicar prejuízo financeiro para o governo, certamente vamos recorrer", afirmou o subprocurador-geral José Renato Ferreira Pires.
(MARIANA VIVEIROS)
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