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SEGURANÇA
Compra de "pacote" seria feita sem licitação
Para deputados, convênio com Telemar é tentativa de burlar lei
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O TCE (Tribunal de Contas do
Estado) recebeu ontem da Assembléia Legislativa documento
que considera o convênio firmado entre a Secretaria de Estado de
Segurança Pública e a empresa
Telemar uma tentativa do governo de burlar a lei federal 8.666/93,
que trata das licitações públicas.
Preparado pelo advogado Luiz
Paulo Viveiros de Castro, o documento foi encaminhado ao TCE
pelo deputado Carlos Minc (PT),
membro da Comissão de Segurança da Assembléia.
Assinado há três dias pelo secretário Anthony Garotinho e pela
direção da Telemar, o convênio
prevê a compra pelo Estado de
"um pacote" na área de segurança
oferecido pela companhia. O custo mínimo seria, segundo ele, de
R$ 100 milhões. O "pacote" incluirá a instalação de 500 câmeras
de vídeo em pontos violentos da
região metropolitana do Estado.
Até a conclusão desta edição,
Garotinho não havia sido localizado para falar sobre o assunto.
Ele havia afirmado que o convênio só entrará em vigor se aprovado pela Assembléia, porque prevê
o pagamento da Telemar mediante desconto de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços). Para Castro, mesmo
com a autorização da Assembléia,
o convênio não poderá entrar em
vigor. "A Assembléia não tem
competência legal para autorizar
dispensa de licitação."
A Folha revelou anteontem
que, desde que Garotinho assumiu a secretaria em 28 de abril, já
foram autorizadas dispensas de
licitação em 85 contratos, que
correspondem a um gasto de R$
34.122.209,73.
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