CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

O pedreiro João Guilherme de Moura Schiitz, 34, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por estupro e tentativa de homicídio contra a industriária S.C.R., 18, uma vez que ele é portador do vírus HIV, causador da Aids.
A condenação, em júri realizado ontem em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), foi por unanimidade (7 a 0). O advogado de defesa, Milton Gus, disse que não irá recorrer da sentença.
Houve o entendimento de que o réu agiu com dolo eventual por ter assumido o risco de causar a morte da vítima, sendo ele aidético, e a doença, uma enfermidade potencialmente fatal.
Schiitz, que é casado e tem seis filhos, negou a autoria do estupro perante o juiz. Na polícia, porém, ele havia confessado o crime.
O pedreiro alega que a confissão ocorreu sob coação. A industriária não foi contaminada pelo HIV.
O fato aconteceu no dia 31 de agosto do ano passado. Segundo a industriária, ela esperava o ônibus e foi agarrada e arrastada por Schiitz, que conseguiu consumar o ato sexual forçado.
A jovem, que fez exame para constatar o estupro, chorou ontem ao relatar o caso perante o juiz. Testemunhas disseram ter visto Schiitz agarrá-la.
O pedreiro está preso desde o crime. Seu advogado disse acreditar que ele poderá sair em liberdade após o cumprimento de um sexto da pena (daqui um ano e meio, aproximadamente).


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