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TRÂNSITO
Cálculo da CET só leva em conta 5 manifestações da categoria
Protesto de ônibus traz prejuízo de R$ 447 mil
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
Os protestos dos motoristas e cobradores de São Paulo causaram
um prejuízo de pelo menos R$ 447
mil à cidade neste ano, segundo levantamento feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
O estudo levou em conta apenas
cinco dos dez protestos feitos pela
categoria em 99, a maioria originada por reivindicações trabalhistas
ou casos de violência contra motoristas e cobradores no sistema. A
CET analisou apenas os casos que
tiveram maior duração e abrangência.
A Secretaria Municipal dos
Transportes determinou que o levantamento dos prejuízos seja encaminhado ao Ministério Público,
que poderá abrir processo contra o
sindicato para que a categoria seja
obrigada a ressarcir os danos causados.
O levantamento não leva em
conta os prejuízos acumulados pelo próprio sistema de ônibus, que
vai gerar outra ação por perda de
receita. O valor ainda não foi calculado pela SPTrans (São Paulo
Transporte).
Os motoristas e cobradores de
ônibus lideraram até agora o ranking das manifestações feitas neste
ano. Em seguida, estão o movimento sem-terra, com quatro protestos, e os estudantes, com três.
Os prejuízos são calculados com
base nos desperdícios provocados
pelos congestionamentos: perda
de combustível (cada carro gasta
por hora adicional dois litros de
gasolina) e o custo social (tempo
que as pessoas perdem de trabalho).
Ao todo, a CET calculou os prejuízos de 23 protestos realizados
em São Paulo neste ano. Eles somam um desperdício de R$ 3,1 milhões e afetaram 360 mil pessoas.
Dois decretos regulamentam os
protestos na cidade. Um deles
proíbe a realização de protestos na
avenida Paulista. O outro obriga os
manifestantes a comunicar a CET
sobre o local e o roteiro do protesto
com 48 de antecedência. Os manifestantes não podem bloquear o
trânsito em nenhum dos casos.
Quando os decretos são desrespeitados, a CET encaminha para o
Ministério Público um relatório
com os dados dos prejuízos causados pelos protestos.
Vias saturadas
"O problema é que, com as vias
da cidade saturadas, qualquer interferência acaba travando todo o
sistema", disse o coordenador da
Central de Operações da CET, Celso Buendia.
"Para piorar, quase todos os protestos acontecem sem aviso e em
vias movimentadas, justamente
para chamar a atenção. Sem entrar
no mérito da democracia, a cidade
realmente não comporta isso",
afirmou Buendia.
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