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ACIDENTE
Incêndio teria sido causado por curto-circuito; estrutura do Antártica levará até cinco meses para ser recuperada
Fogo desabriga 28 famílias e fecha viaduto
DA REPORTAGEM LOCAL
O incêndio que tomou conta do
viaduto Antártica, na Barra Funda (zona oeste), das 20h de anteontem à 1h de ontem levou à interdição da via e fez com que 28
famílias ficassem desabrigadas.
Não houve mortos nem feridos
entre as mais de cem pessoas que
viviam no local. A Polícia Civil fazia ontem perícia para apontar os
motivos do incêndio.
Para o superintendente de
obras da Secretaria da Infra-Estrutura Urbana, Ricardo Rezende
Garcia, o grande número de ligações elétricas clandestinas (gatos)
pode ter causado curto-circuito,
que seria a causa do incêndio.
O acúmulo de papel e ferro, coletado por moradores, muitos
carroceiros, poderia ter ajudado
na propagação das chamas.
O secretário municipal da Assistência Social, Evilásio Farias, pôs à
disposição das famílias um clube
da extinta CMTC (Companhia
Municipal de Transportes Coletivos) como albergue. Elas deverão
ser cadastradas em um programa
municipal de habitação. "Cada
viaduto de São Paulo é uma bomba relógio. Explode um a cada semana ou mês", disse Farias.
Para o secretário municipal da
Habitação, Paulo Teixeira, o local
já era uma área de risco.
O viaduto Antártica estava há
um ano e meio parcialmente bloqueado para obras de recuperação. Agora, ficará totalmente fechado por até cinco meses, segundo o secretário da Infra-Estrutura
Urbana, Roberto Bortolotto.
Vigas e pilares foram danificados pelo fogo. Os reparos ocorrerão com as obras de recuperação
que já vinham sendo executadas.
Ontem de manhã, moradores
tentavam retirar os poucos objetos não consumidos pelo fogo.
Sílvio Monteiro, 36, carroceiro, vivia sob o viaduto há dois anos
com a mulher e três filhas pequenas. "Perdi tudo que construí. Só
estou com a roupa do corpo."
Segundo Márcia Maria, 36, o fogo quase atingiu a rede elétrica.
"As chamas eram imensas. Achei
que tudo isso aqui fosse explodir."
Ela se recusava a ir para um albergue. "Prefiro dormir na rua. A
gente dorme lá um tempo e depois não sabe onde eles vão colocar a gente. Só saio daqui pra uma
casa, que é meu direito."
O incêndio complicou o trânsito na região, já que o viaduto liga
as zonas norte e oeste da capital.
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