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"Perdi meu pai e não consigo nem culpar ninguém", conta filha de químico
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ele era meu ídolo. Era tudo
na minha vida." Foi assim que
Carol, 13, descreveu na tarde de
ontem o pai, Claudemir Arriero, 41, químico, que morreu no
acidente com o Airbus da TAM.
Aos prantos, a garota começou a falar sobre ele: "A gente se
dava muito bem. Meu pai era
alegre, inteligente. Ele viajou a
trabalho. Viajava sempre".
Ela relembra que o pai foi para Porto Alegre na segunda-feira e tinha passagem marcada
para voltar na terça.
"Nunca teve medo de viajar
de avião, mas também nunca tinha passado por nenhum acidente", diz.
Um pouco mais calma, Carol
contou que ela e a mãe viram o
acidente da TAM pela televisão
e ficaram chocadas com as imagens: "Era tanto fogo, tanta tragédia. A gente não tinha certeza
se ele estava lá. Era melhor ficar na dúvida. Só tivemos a confirmação mais tarde".
Anteontem, disse, antes de
viajar de volta a São Paulo,
Claudemir ligou para casa. "Me
mandou um beijo e disse que
logo chegaria. Foi tão rápido..."
Carol respira fundo e fala:
"Se eu soubesse o que ia acontecer, eu..."
O pai, conta a menina, adorava jogar bola e ficar com a família. Após saber da notícia, a mãe
entrou em estado de choque e,
ontem, tentava se manter firme. Carol tem um irmão. "Não
sei o que a gente vai fazer agora... Perdi meu pai e não consigo nem culpar ninguém."
"Agora não adianta fazer nada, meu pai não vai voltar nunca mais. Ninguém pode trazê-lo
de volta."
(DANIELA TÓFOLI)
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