São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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"Perdi meu pai e não consigo nem culpar ninguém", conta filha de químico

DA REPORTAGEM LOCAL

"Ele era meu ídolo. Era tudo na minha vida." Foi assim que Carol, 13, descreveu na tarde de ontem o pai, Claudemir Arriero, 41, químico, que morreu no acidente com o Airbus da TAM.
Aos prantos, a garota começou a falar sobre ele: "A gente se dava muito bem. Meu pai era alegre, inteligente. Ele viajou a trabalho. Viajava sempre".
Ela relembra que o pai foi para Porto Alegre na segunda-feira e tinha passagem marcada para voltar na terça.
"Nunca teve medo de viajar de avião, mas também nunca tinha passado por nenhum acidente", diz.
Um pouco mais calma, Carol contou que ela e a mãe viram o acidente da TAM pela televisão e ficaram chocadas com as imagens: "Era tanto fogo, tanta tragédia. A gente não tinha certeza se ele estava lá. Era melhor ficar na dúvida. Só tivemos a confirmação mais tarde".
Anteontem, disse, antes de viajar de volta a São Paulo, Claudemir ligou para casa. "Me mandou um beijo e disse que logo chegaria. Foi tão rápido..."
Carol respira fundo e fala: "Se eu soubesse o que ia acontecer, eu..."
O pai, conta a menina, adorava jogar bola e ficar com a família. Após saber da notícia, a mãe entrou em estado de choque e, ontem, tentava se manter firme. Carol tem um irmão. "Não sei o que a gente vai fazer agora... Perdi meu pai e não consigo nem culpar ninguém."
"Agora não adianta fazer nada, meu pai não vai voltar nunca mais. Ninguém pode trazê-lo de volta." (DANIELA TÓFOLI)


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