São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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Vítima do acidente, deputado havia feito alerta sobre riscos

SILVIO NAVARRO
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Queremos que o governo aja para restituir a credibilidade ao sistema do controle do tráfego aéreo. Há vítimas. Há risco de novas vítimas."
Foi assim que o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), 51, uma das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, em Congonhas, justificava ao plenário da Câmara porque a oposição, liderada por ele na Casa, resolveu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para instalar a CPI do Apagão Aéreo.
O discurso, na tarde do último dia 3 de abril, foi um dos vários que Redecker fez sobre a crise aérea, assunto que se tornou quase uma obsessão do tucano até que a CPI começasse a funcionar na Câmara.
Redecker foi também um dos parlamentares que mais tempo gastou na tribuna falando sobre o acidente com o Boeing da Gol e o Legacy da Excel Air, em outubro passado. "Cento e cinqüenta e quatro brasileiros morreram. Pais, mães, órfãos, famílias desesperadas. A crise aérea corresponde a vidas", discursou, no dia 7 de março.
Para o tucano, a resistência do governo em aceitar a abertura da CPI tinha uma simples resposta: o temor de trazer à luz eventuais irregularidades nos contratos da Infraero, estatal que administra aeroportos. "É muito ruim ver que o Congresso se submete à vontade do Executivo de não investigar o apagão aéreo por medo do que possa ser encontrado naquela caixa-preta", afirmou.
CPI instalada, Redecker insistiu: "A tragédia poderia ter sido evitada, pois foi anunciada em todas as propostas orçamentárias encaminhadas ao governo".


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