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Vítima do acidente, deputado havia feito alerta sobre riscos
SILVIO NAVARRO
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Queremos que o governo aja
para restituir a credibilidade ao
sistema do controle do tráfego
aéreo. Há vítimas. Há risco de
novas vítimas."
Foi assim que o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), 51,
uma das vítimas do acidente
com o Airbus da TAM, em Congonhas, justificava ao plenário
da Câmara porque a oposição,
liderada por ele na Casa, resolveu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para instalar a
CPI do Apagão Aéreo.
O discurso, na tarde do último dia 3 de abril, foi um dos vários que Redecker fez sobre a
crise aérea, assunto que se tornou quase uma obsessão do tucano até que a CPI começasse a
funcionar na Câmara.
Redecker foi também um dos
parlamentares que mais tempo
gastou na tribuna falando sobre
o acidente com o Boeing da Gol
e o Legacy da Excel Air, em outubro passado. "Cento e cinqüenta e quatro brasileiros
morreram. Pais, mães, órfãos,
famílias desesperadas. A crise
aérea corresponde a vidas", discursou, no dia 7 de março.
Para o tucano, a resistência
do governo em aceitar a abertura da CPI tinha uma simples
resposta: o temor de trazer à
luz eventuais irregularidades
nos contratos da Infraero, estatal que administra aeroportos.
"É muito ruim ver que o Congresso se submete à vontade do
Executivo de não investigar o
apagão aéreo por medo do que
possa ser encontrado naquela
caixa-preta", afirmou.
CPI instalada, Redecker insistiu: "A tragédia poderia ter
sido evitada, pois foi anunciada
em todas as propostas orçamentárias encaminhadas ao
governo".
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