São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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FOCO

Igreja da Consolação quer reviver sua antiga vocação casamenteira

Paróquia centenária do centro paulistano deverá passar por restauração em 2012

Robson Ventura - 12.mai.09/Folhapress
Pintura danificada no teto da igreja da Consolação

MARIANA DESIDÉRIO
DE SÃO PAULO

Palco de missas históricas e casamentos, a igreja da Consolação, no centro de São Paulo, quer retomar a efervescência de outros tempos.
Para isso, a Arquidiocese de São Paulo entrou com pedido de tombamento no Condephaat (órgão de patrimônio histórico do Estado) e quer restaurá-la.
"As pessoas veem as pinturas manchadas e acabam não querendo. A noiva quer tudo perfeito", disse o padre José Roberto Pereira, sobre as celebrações de casamentos cada vez mais raras, devido à falta de manutenção.
Um dos objetivos do tombamento é assegurar a integridade das seis telas do artista brasileiro Benedito Calixto (1853-1927) abrigadas ali e fazer o restauro resgatando o projeto original.
Construída em 1909, a Consolação mantém por fora um ar imponente com sua torre gótica de 75 metros.
Por dentro, as pinturas das paredes estão manchadas, os detalhes em gesso das pilastras se desfazem, o cimento foi deixado à mostra por reformas inacabadas e as obras de arte estão danificadas.
A igreja tem problemas nas calhas e no forro, descolamento de placas de cimento e infestação de cupins.
"Ela está tão acabadinha, coitadinha. Precisa de reforma com muita urgência", diz Paulina Callegari, 75, frequentadora desde 2000.
A expectativa é que o Condephaat dê uma resposta até o fim do ano e que o restauro comece no segundo semestre de 2012. Toda a restauração deve durar cinco anos e ainda não há previsão de custos.
Segundo o padre, o valor deve ficar na casa dos milhões -somente o restauro do órgão da igreja foi orçado em R$ 260 mil. O dinheiro da restauração deve vir de doações de fiéis e de empresas.
A última reforma, realizada no telhado e nas instalações elétricas, ocorreu há cerca de oito anos, mas danificou obras em volta do altar-mór, feitas em 1926.
"Aqueles quadros foram barbaramente repintados.
Pintaram em cima com tinta óleo, que deteriora a tinta mais antiga e fica muito difícil de remover", explica o restaurador Julio Moraes, que trabalhou no resgate da imagem original de Nossa Senhora da Consolação.

FOLHA.com
Veja fotos da igreja
folha.com.br/fg3735


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