LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma criança e um adulto morreram afogados ontem em um batismo coletivo na cidade de Suzano (38 km a leste de São Paulo).
Segundo o Corpo de Bombeiros, o homem seguia a menina, que se afastava do grupo, para avisá-la de que corria perigo. A Polícia Militar afirma que os dois participavam da cerimônia, realizada pela Igreja Evangélica Pentecostal Refúgio e Paz em Cristo, na lagoa do Raposão.
O culto religioso, que começou às 7h, contava com a presença de aproximadamente 40 pessoas, que foram até o local com um ônibus fretado na Vila Progresso, na zona leste da capital paulista.
Quando o evento já estava terminando, aproximadamente ao meio-dia, José Luiz da Paixão, 37, notou que Débora Marques Landy, 12, e seu pai começaram a se afastar do restante dos membros da igreja.
Paixão estava auxiliando na organização do evento da igreja -era o responsável por evitar que os participantes do culto não ultrapassassem a linha que demarcava a zona de segurança do local. Ele passou a seguir Débora e o pai, incentivando-os a retornarem para onde estavam os demais participantes da cerimônia.
De acordo com os bombeiros, a área é um porto de areia, onde embarcações adaptadas, como as que retiram lodo de um rio, cavam o fundo do leito da lagoa e deixam buracos de 15 a 20 metros de profundidade.
Pai e filha escorregaram para dentro de uma dessas cavidades e começaram a se afogar. Paixão, segundo relatos, tentou ajudá-los, mas acabou deslizando para dentro do buraco também. Nenhum deles sabia nadar.
Os outros participantes da cerimônia religiosa conseguiram resgatar o pai de Débora, jogando pedaços de pau, aos quais ele se agarrou e foi puxado até a margem da lagoa. Os quatro bombeiros que faziam a segurança do culto não conseguiram resgatar Débora e Paixão com vida.