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São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2003

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SAÚDE

Instituição faz 50 anos e abre UTI e centro cirúrgico, o que permitirá aumento de 25% nas operações de alta complexidade

Hospital do Câncer amplia atendimento

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital do Câncer de São Paulo, principal centro oncológico do país, comemora 50 anos com a inauguração, amanhã, de um novo complexo cirúrgico que vai possibilitar um aumento de 25% no número de operações de alta complexidade.
Com a nova UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que custou R$ 1,5 milhão e é a maior da América Latina em câncer, o hospital ganha mais dez leitos -passa de 13 para 23- e corrige um gargalo crônico da instituição.
Segundo Fernando Augusto Soares, vice-diretor clínico, pelo menos cinco cirurgias de alta complexidade -retirada de intestino e de pulmão, por exemplo- eram adiadas por dia por falta de leito na UTI antiga.
Ao mesmo tempo, a instituição inaugura um novo centro cirúrgico, avaliado em R$ 1,6 milhão, com dez salas. O local terá capacidade de realizar 600 operações por mês.
De acordo com o diretor-presidente do hospital, Ricardo Renzo Brentani, outra novidade é a criação de um centro cirúrgico ligado à radioterapia, o que torna possível, entre outros tratamentos, a irradiação intra-operatória.
A terapia consiste em administrar, após a remoção do tumor, com o local ainda aberto, uma dose única de radiação. A principal vantagem, afirma Brentani, é que os tecidos normais ao redor são poupados dos efeitos radioativos.
Outra técnica que passa a ser realizada pelo hospital é a braquiterapia, usada no tratamento do câncer de próstata, especialmente nos casos iniciais da doença. Em vez da cirurgia, em que é preciso internar o paciente, cápsulas de iodo do tamanho de um grão de arroz são injetadas no interior da próstata.
São essas cápsulas radioativas que combatem o tumor. O efeito colateral é mínimo, e o paciente já tem vida normal um dia depois do procedimento, de acordo com Brentani.
Entre os novos equipamentos do departamento de radiologia está um acelerador capaz de "modelar" os feixes de radiação no formato exato do tumor, diminuindo a radiação que chega aos tecidos sadios vizinhos.

História
Fundado em 1953, o Hospital do Câncer de São Paulo é o principal centro de tratamento da doença da América Latina. Todos os 804 tipos descritos de tumor são tratados no hospital.
Segundo Ricardo Brentani, o índice de cura é, em média, de 67%. Entre as crianças, ele sobe para 75%, chegando a 90% em tumores diagnosticados precocemente.
O hospital, que funciona como instituição filantrópica, também atua no ensino de pós-graduação, ministrado por meio de uma parceria com o Instituto Ludwig, que funciona no mesmo prédio. Juntos, eles capacitam 50% dos oncologistas do Brasil.


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