|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Instituição faz 50 anos e abre UTI e centro cirúrgico, o que permitirá aumento de 25% nas operações de alta complexidade
Hospital do Câncer amplia atendimento
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital do Câncer de São
Paulo, principal centro oncológico do país, comemora 50 anos
com a inauguração, amanhã, de
um novo complexo cirúrgico que
vai possibilitar um aumento de
25% no número de operações de
alta complexidade.
Com a nova UTI (Unidade de
Terapia Intensiva), que custou R$
1,5 milhão e é a maior da América
Latina em câncer, o hospital ganha mais dez leitos -passa de 13
para 23- e corrige um gargalo
crônico da instituição.
Segundo Fernando Augusto
Soares, vice-diretor clínico, pelo
menos cinco cirurgias de alta
complexidade -retirada de intestino e de pulmão, por exemplo- eram adiadas por dia por
falta de leito na UTI antiga.
Ao mesmo tempo, a instituição
inaugura um novo centro cirúrgico, avaliado em R$ 1,6 milhão,
com dez salas. O local terá capacidade de realizar 600 operações
por mês.
De acordo com o diretor-presidente do hospital, Ricardo Renzo
Brentani, outra novidade é a criação de um centro cirúrgico ligado
à radioterapia, o que torna possível, entre outros tratamentos, a irradiação intra-operatória.
A terapia consiste em administrar, após a remoção do tumor,
com o local ainda aberto, uma dose única de radiação. A principal
vantagem, afirma Brentani, é que
os tecidos normais ao redor são
poupados dos efeitos radioativos.
Outra técnica que passa a ser
realizada pelo hospital é a braquiterapia, usada no tratamento do
câncer de próstata, especialmente
nos casos iniciais da doença. Em
vez da cirurgia, em que é preciso
internar o paciente, cápsulas de
iodo do tamanho de um grão de
arroz são injetadas no interior da
próstata.
São essas cápsulas radioativas
que combatem o tumor. O efeito
colateral é mínimo, e o paciente já
tem vida normal um dia depois
do procedimento, de acordo com
Brentani.
Entre os novos equipamentos
do departamento de radiologia
está um acelerador capaz de "modelar" os feixes de radiação no
formato exato do tumor, diminuindo a radiação que chega aos
tecidos sadios vizinhos.
História
Fundado em 1953, o Hospital do
Câncer de São Paulo é o principal
centro de tratamento da doença
da América Latina. Todos os 804
tipos descritos de tumor são tratados no hospital.
Segundo Ricardo Brentani, o índice de cura é, em média, de 67%.
Entre as crianças, ele sobe para
75%, chegando a 90% em tumores diagnosticados precocemente.
O hospital, que funciona como
instituição filantrópica, também
atua no ensino de pós-graduação,
ministrado por meio de uma parceria com o Instituto Ludwig, que
funciona no mesmo prédio. Juntos, eles capacitam 50% dos oncologistas do Brasil.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Escolas de SP receberão kits sobre prevenção Índice
|