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Saulo diz que, agora, União foi humilde
Após reunião com Thomaz Bastos, secretário da Segurança Pública ficou satisfeito com ajuda para rastrear contas bancárias de criminosos
Ministro e secretário não se encontravam desde o dia 7 de agosto, após bate-boca pela imprensa durante a
3ª onda de ataques a SP
REGIANE SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em seu primeiro encontro
com o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, após
troca de farpas durante a terceira onda de ataques do PCC, o
secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, disse ontem
que, desta vez, houve "certa humildade" do governo federal.
Em entrevista coletiva após a
reunião do recém-instalado
Gabinete de Gestão Integrada,
Saulo disse que gostou do encontro porque o governo federal se mostrou disposto a "colaborar em investigações que o
Estado de São Paulo não tem
competência". "Teve uma certa
humildade em dizer que está
faltando esse tipo de serviço."
O secretário se referia ao rastreamento de contas bancárias
de criminosos e ao controle das
fronteiras para evitar o tráfico
de drogas e de armas.
"Que instrumentos um secretário estadual de segurança
tem para lidar com toda essa
gama de política pública? Nenhum. Isso é papel exclusivo da
Presidência da República, dos
ministérios e da União."
O ministro e o secretário não
se encontravam desde o dia 7
de agosto, quando bateram boca pela imprensa. Na ocasião,
Bastos afirmou que, se o Estado
tivesse aceitado o envio das
Forças Armadas, a situação estaria controlada; e Saulo disse
que o ministro "faltou com a
verdade" quando anunciou a liberação imediata de R$ 100 milhões para o Estado e disse que
entregaria o cargo se a verba
saísse ainda neste ano. Questionado ontem sobre o assunto,
Saulo disse ontem que é "evidente" que continua no cargo,
pois os recursos ainda não foram liberados. "O ministro não
trouxe o dinheiro que disse que
ia trazer. Eu até falei para ele,
mas ainda não veio".
Dos R$ 100 milhões prometidos, R$ 44 milhões foram
transferidos para o caixa do Estado no dia 11 de agosto.
Reunião amistosa
Sobre o reencontro após o
bate-boca, Saulo disse que a
reunião foi amistosa. "Nós somos amigos. Meu relacionamento pessoal é cordial. Lamentavelmente eu sou secretário de Segurança e tenho que
cobrar", afirmou Saulo.
O secretário disse que não há
nenhuma resistência do Estado
para transferir presos para o
presídio federal de Catanduvas,
no Paraná. "Saber que existem
40 vagas em Catanduvas é importante. Usar, são outros quinhentos, porque muitas vezes
interessa manter o preso próximo para monitorá-lo", comentou o secretário.
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