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Medo da doença faz escola dar aula ao ar livre
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
O medo da gripe suína mudou a rotina das escolas de São
Paulo. Desde anteontem, quando as aulas foram retomadas, as
salas de educação infantil do
colégio Miguel de Cervantes,
no Morumbi (zona oeste), estão vazias. As aulas dos alunos
mais novos estão sendo dadas
em áreas ao ar livre.
O colégio determinou a mudança porque as chances de alguém contrair a gripe são maiores quando divide um ambiente
fechado com outras pessoas.
Ontem de manhã, uma turma de 30 crianças do 1º ano teve aula na arquibancada coberta do campo de futebol do Cervantes. Sem suas mesas, os alunos apoiaram as folhas de exercícios em pranchetas.
Na mesma escola, os alunos
deixaram de se servir no almoço, para evitar que um talher
usado por um eventual aluno
doente seja manuseado pelos
colegas. A comida é servida por
funcionários com luvas.
Na entrada do colégio, eles
agora não põem o polegar no
leitor digital para liberar a roleta. A diretoria pediu que utilizem apenas suas carteirinhas.
O colégio Passo Seguro, na
Mooca (zona leste), também
tem evitado manter os estudantes mais novos dentro das
salas. As aulas são dadas na
quadra e no parque da escola.
No colégio Magno, na Chácara Flora (zona sul), os professores encontraram uma forma
criativa de ensinar as crianças a
prevenir a gripe. Elas têm os
olhos vendados e precisam "lavar" as mãos com tinta guache.
Vendo depois que partes da
mão ficam sem tinta, elas se
dão conta de que não a lavam
corretamente. "Elas se esquecem de lavar o dorso da mão, no
meio dos dedos e os punhos",
diz a diretora, Cláudia Tricate.
No combate à gripe suína, os
colégios de uma maneira geral
oferecem álcool em gel, fecharam os bebedouros para estimular o uso de garrafas individuais e deixam abertas as portas e janelas das salas.
As escolas que retomaram as
aulas na semana passada -e
não anteontem, como fez a
maioria- perceberam um número elevado de ausentes nos
primeiros dias. No colégio São
Luís, na região da av. Paulista,
40% dos alunos de dois e três
anos faltaram. "Os pais ficaram
preocupados, porque são crianças pequenas e põem muita coisa na boca", explica a coordenadora Eliane Marques.
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