São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Medo da doença faz escola dar aula ao ar livre

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O medo da gripe suína mudou a rotina das escolas de São Paulo. Desde anteontem, quando as aulas foram retomadas, as salas de educação infantil do colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi (zona oeste), estão vazias. As aulas dos alunos mais novos estão sendo dadas em áreas ao ar livre.
O colégio determinou a mudança porque as chances de alguém contrair a gripe são maiores quando divide um ambiente fechado com outras pessoas.
Ontem de manhã, uma turma de 30 crianças do 1º ano teve aula na arquibancada coberta do campo de futebol do Cervantes. Sem suas mesas, os alunos apoiaram as folhas de exercícios em pranchetas.
Na mesma escola, os alunos deixaram de se servir no almoço, para evitar que um talher usado por um eventual aluno doente seja manuseado pelos colegas. A comida é servida por funcionários com luvas.
Na entrada do colégio, eles agora não põem o polegar no leitor digital para liberar a roleta. A diretoria pediu que utilizem apenas suas carteirinhas.
O colégio Passo Seguro, na Mooca (zona leste), também tem evitado manter os estudantes mais novos dentro das salas. As aulas são dadas na quadra e no parque da escola.
No colégio Magno, na Chácara Flora (zona sul), os professores encontraram uma forma criativa de ensinar as crianças a prevenir a gripe. Elas têm os olhos vendados e precisam "lavar" as mãos com tinta guache. Vendo depois que partes da mão ficam sem tinta, elas se dão conta de que não a lavam corretamente. "Elas se esquecem de lavar o dorso da mão, no meio dos dedos e os punhos", diz a diretora, Cláudia Tricate.
No combate à gripe suína, os colégios de uma maneira geral oferecem álcool em gel, fecharam os bebedouros para estimular o uso de garrafas individuais e deixam abertas as portas e janelas das salas.
As escolas que retomaram as aulas na semana passada -e não anteontem, como fez a maioria- perceberam um número elevado de ausentes nos primeiros dias. No colégio São Luís, na região da av. Paulista, 40% dos alunos de dois e três anos faltaram. "Os pais ficaram preocupados, porque são crianças pequenas e põem muita coisa na boca", explica a coordenadora Eliane Marques.


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