São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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Tempo de viagem e lotação só melhoram em 2011

DE SÃO PAULO

Os passageiros da linha 2 do metrô ganharão duas novas estações neste semestre, mas terão que esperar 2011 para sentir a prometida diminuição do tempo de viagem.
A informação foi transmitida pelo Metrô ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O órgão, ao aprovar as contas do governo paulista, informou que "ainda não houve melhora no atendimento dos passageiros em decorrência das novas composições ferroviárias" compradas nos últimos anos.
O motivo é que isso só será possível após a modernização do controle da distância, velocidade e frenagem dos trens, chamada de "sinalização" e que deve ser concluída em março de 2011. A expectativa é que, com esse sistema, os intervalos caiam 15%.
Ao comentar sobre a linha 2 após a extensão até Vila Prudente e 16 trens novos, a equipe do TCE citou que, "devido à limitação do sistema de sinalização existente, tempo de viagem e lotação permanecerão inalterados".
O Metrô, em nota, informou que "processos licitatórios [...] sofrem interferências externas que podem impactar no andamento da contratação".

DEMANDA CRESCENTE
A linha 2 registrou um crescimento de demanda nos últimos anos e, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado, já tem lotação de cinco passageiros por m2 -contra perto de quatro por m2 dois anos atrás.
Embora seja bem menos do que na linha 3-vermelha (que ultrapassa nove passageiros por m2 nos picos), especialistas avaliam que a linha 2 pode superlotar após a conexão com a rede de trens da CPTM, em Tamanduateí.
O TCE também citou os atrasos na entrega de novos trens prometidos pelo Estado. O Metrô afirma que 57 de 107 trens adquiridos já foram entregues -embora nem todos estejam operando.
O novo sistema de sinalização que será implantado é conhecido como CBTC. Ele já está sendo testado no trecho entre Sacomã e Vila Prudente (mas será sentido pelo passageiro apenas quando estiver operando em toda a extensão da linha, em 2011).
A nova tecnologia permite maior aproximação entre os trens, com a redução de até 15% no intervalo entre eles.
Hoje, os trens informam a localização, por meio de cabos de fibra óptica, só em alguns pontos fixos. Por segurança, precisam ficar a 150 metros uns dos outros.
O novo modelo permite a comunicação (com radiofrequência e antenas) em tempo real em todos os trechos -permitindo uma distância de apenas 15 metros entre as composições.
Ramon Fondevilla, diretor-geral de transporte da Alstom, empresa contratada pelo Metrô para implantar a nova sinalização nas linhas 1, 2 e 3, afirma que esse sistema ainda é inédito na América Latina.
Mas ele relata dificuldade para equipar linhas e trens com rapidez por não ser possível a interrupção do serviço aos passageiros. "É como trocar a turbina do avião em pleno voo", diz. (AI E FT)


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