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Polícia Federal afasta delegados e agentes suspeitos de espancar presos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A PF (Polícia Federal) já afastou
do serviço dois delegados e 16
agentes federais que estavam de
plantão no fim de semana em que
morreu o assistente de cozinha
Antônio Gonçalves de Abreu, 32.
Ele era acusado de ter matado o
policial federal Gustavo Frederico
Mayer Moreira, 37, na madrugada de 7 de setembro.
Os policiais afastados são suspeitos de ter espancado Abreu e
outros dois presos, para vingar a
morte do colega.
Abreu foi detido no mesmo dia
da morte do agente. Horas depois
foi encontrado na carceragem da
PF no Rio (centro) com lesões
provocadas por espancamento.
Ainda foi levado para o Hospital
Souza Aguiar (centro), onde morreu. A causa da morte foi traumatismo craniano e hemorragia.
Os delegados Marcelo Duval e
Luiz Felipe Magalhães, assim como os 16 agentes, foram substituídos das funções que exerciam,
mas permanecem, segundo a superintendência, realizando serviços burocráticos, enquanto o inquérito sobre a morte de Abreu é
concluído.
O delegado Lorenzo da Hora,
designado pela Corregedoria da
Polícia Federal para apurar os fatos, já ouviu cerca de 30 pessoas.
O inquérito, que tem prazo para
ser concluído até 9 de outubro, está sendo acompanhado por representantes do Ministério Público Federal e da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil).
Anistia Internacional
Os dois sobreviventes que estavam com Antônio Gonçalves de
Abreu foram ouvidos pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio.
Segundo o presidente da comissão, deputado Chico Alencar, eles
relataram que foram espancados
com socos e golpes de porrete por
policiais federais. "A ponto de o
delegado de dia pedir para os
agentes maneirarem, pois o cara
já estava baleado", disse Chico
Alencar, sobre o depoimento de
um dos presos.
Segundo Alencar, o depoimento de Márcio Cerqueira foi tomado na quinta-feira da semana passada, no Hospital Penitenciário,
onde se recupera de um tiro na
perna. Samuel Cerqueira foi ouvido no presídio de Água Santa, na
sexta-feira.
O documento com os depoimentos à comissão foram entregues anteontem ao superintendente da PF, Marcelo Itagiba. Também foi encaminhado à
Anistia Internacional. Na segunda feira, o representante da Anistia no Brasil, Tim Kahill, chega ao Rio para acompanhar o caso.
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