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Polícia Federal apreende armas de guerra no Paraná
Agentes suspeitam que metralhadora e lança-foguetes tenham vindo do Paraguai
Blitz confiscou artefatos que, segundo policiais, seriam endereçadas ao PCC; dois casais de namorados foram presos em flagrante
LUIZ CARLOS DA CRUZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM CASCAVEL
A Polícia Federal apreendeu
no Paraná armas de guerra que,
acreditam os agentes federais,
teriam como destino à facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A apreensão ocorreu durante
uma blitz na rodovia BR-323,
na noite de anteontem, entre as
cidades de Umuarama e Cruzeiro do Oeste, região noroeste
do Estado. As armas teriam como origem o Paraguai.
Dois casais de namorados foram presos em flagrante. Eles
disseram morar em São Paulo.
Os casais ocupavam dois veículos Kombi, um modelo motor-home com placas de Florianópolis e outro de São Paulo.
O grupo transportava uma
metralhadora marca Madsen
7.62, de fabricação dinamarquesa, e um lançador de foguetes Rocket HE 66 mm, arma
utilizada, segundo a PF, pelo
Exército dos Estados Unidos
em sua artilharia antitanque.
A polícia suspeita que a metralhadora já tenha pertencido
às Forças Armadas da Argentina, já que traz a inscrição do
Exército do país vizinho.
De acordo com a PF, a metralhadora possui alto poder de
destruição e dispara 400 tiros
por minuto. Os disparos podem
alvejar uma pessoa a dois quilômetros de distância.
A própria PF apurou que esse
tipo de armamento tenha sido
utilizado pelo Exército Brasileiro até 1996. "Poderia ser usada como artilharia antiaérea",
declarou o agente Milton Fantucci, da Delegacia da Polícia
Federal em Guaíra.
Os quatro detidos não deram
detalhes sobre quem encomendou o armamento, mas informaram que seria levado para
São Paulo.
Eles viajaram do Estado paulista no sábado à noite para o
Paraná e teriam pego as armas
na região de Umuarama. "Essas
armas entraram [no país] possivelmente por Mato Grosso do
Sul ou pelo rio Paraná", afirmou Fantucci.
Uma das mulheres presas
confessou à polícia, em depoimento, que já esteve em Foz do
Iguaçu outras vezes para buscar armas.
Ela disse que foi contratada
por desconhecidos de São Paulo que depositam em sua conta
corrente o pagamento pelo trabalho, mas não deu informações à polícia sobre os valores
recebidos.
A reportagem não conseguiu
localizar os advogados dos quatro acusados.
No início do mês de setembro, a polícia paraguaia apreendeu, na cidade de Pedro Juan
Caballero, fronteira com Mato
Grosso do Sul, cerca de 600 armas. A suspeita é que os artefatos também pertençam à facção criminosa de São Paulo.
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