São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Polícia Federal apreende armas de guerra no Paraná

Agentes suspeitam que metralhadora e lança-foguetes tenham vindo do Paraguai

Blitz confiscou artefatos que, segundo policiais, seriam endereçadas ao PCC; dois casais de namorados foram presos em flagrante

LUIZ CARLOS DA CRUZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL

A Polícia Federal apreendeu no Paraná armas de guerra que, acreditam os agentes federais, teriam como destino à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A apreensão ocorreu durante uma blitz na rodovia BR-323, na noite de anteontem, entre as cidades de Umuarama e Cruzeiro do Oeste, região noroeste do Estado. As armas teriam como origem o Paraguai.
Dois casais de namorados foram presos em flagrante. Eles disseram morar em São Paulo.
Os casais ocupavam dois veículos Kombi, um modelo motor-home com placas de Florianópolis e outro de São Paulo.
O grupo transportava uma metralhadora marca Madsen 7.62, de fabricação dinamarquesa, e um lançador de foguetes Rocket HE 66 mm, arma utilizada, segundo a PF, pelo Exército dos Estados Unidos em sua artilharia antitanque.
A polícia suspeita que a metralhadora já tenha pertencido às Forças Armadas da Argentina, já que traz a inscrição do Exército do país vizinho.
De acordo com a PF, a metralhadora possui alto poder de destruição e dispara 400 tiros por minuto. Os disparos podem alvejar uma pessoa a dois quilômetros de distância.
A própria PF apurou que esse tipo de armamento tenha sido utilizado pelo Exército Brasileiro até 1996. "Poderia ser usada como artilharia antiaérea", declarou o agente Milton Fantucci, da Delegacia da Polícia Federal em Guaíra.
Os quatro detidos não deram detalhes sobre quem encomendou o armamento, mas informaram que seria levado para São Paulo.
Eles viajaram do Estado paulista no sábado à noite para o Paraná e teriam pego as armas na região de Umuarama. "Essas armas entraram [no país] possivelmente por Mato Grosso do Sul ou pelo rio Paraná", afirmou Fantucci.
Uma das mulheres presas confessou à polícia, em depoimento, que já esteve em Foz do Iguaçu outras vezes para buscar armas.
Ela disse que foi contratada por desconhecidos de São Paulo que depositam em sua conta corrente o pagamento pelo trabalho, mas não deu informações à polícia sobre os valores recebidos.
A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos quatro acusados.
No início do mês de setembro, a polícia paraguaia apreendeu, na cidade de Pedro Juan Caballero, fronteira com Mato Grosso do Sul, cerca de 600 armas. A suspeita é que os artefatos também pertençam à facção criminosa de São Paulo.


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