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Rio dá dica anticrime a policial estrangeiro
Organização da 75ª Assembléia Geral da Interpol cria escudo para blindar agentes de segurança durante o evento
Em cartilha, visitantes são orientados a somente andar em grupo, evitar caminhar na faixa de areia à noite e não portar muito dinheiro
RAPHAEL GOMIDE
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A organização da 75ª Assembléia Geral da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) preparou uma
"Cartilha de Segurança" para
os participantes do evento, que
acontece de hoje a sexta-feira
no Rio. Curiosamente, o público-alvo das cartilhas da Polícia
Federal é composto por agentes de segurança de elite, vindos de mais de 150 países.
O maior temor do coordenador de Segurança da assembléia, o delegado Wilson Damásio, é que algum episódio de
violência urbana macule a imagem e desmoralize as forças policiais do Brasil, justamente durante seminário do gênero.
"Um incidente daria repercussão internacional", afirmou.
A Polícia Federal vai escoltar
todos os participantes do aeroporto até seus hotéis. Eles foram hospedados num raio máximo de um quilômetro do local do evento, o Forte de Copacabana, e há policiamento na
orla em horário integral. Copacabana tem sido apresentada
recentemente como local de
perigo na cidade. Há cerca de
um mês, um turista português
foi morto a facada na praia.
"O problema é que os turistas
não seguem as regras de segurança. Tem que andar no calçadão, que é bem iluminado. Aí, o
sujeito acha de ir molhar os pés
na água, onde não tem a proteção policial", disse Damásio.
O terceiro item da cartilha
aos visitantes deixa clara a paranóia: "Caso deseje sair por
conta própria, procure a orientação da equipe de segurança e
esteja sempre em grupo". A
coordenação de segurança vai
virar uma espécie de "babá" e
poderá até vetar passeios. "Vamos avaliar, e autorizaremos
ou não; se for o caso, colocaremos equipe de apoio." Visita
guiada à favela da Rocinha, por
exemplo, nem pensar.
Jóias vetadas
A maioria dos 18 itens da cartilha dá dicas de como evitar assaltos no Rio. "Procure limitar
os passeios à orla de Copacabana, evitando as vias transversais e a faixa de areia no horário
noturno." Há ainda sugestões
para evitar sair com "elevada
quantia em dinheiro", "portar
câmera e/ou filmadora ostensivamente", não passear com o
passaporte original nem andar
nas ruas "usando jóias ou relógios de valor muito elevado".
Para traçar o plano de segurança, a PF buscou ajuda da Secretaria de Segurança do Estado e identificou 642 "zonas de
criminalidade" na cidade. Entre os lugares assim considerados estão alguns pontos turísticos, os principais corredores de
acesso à cidade e favelas.
Cerca de 600 agentes federais e 600 policiais militares e
civis, guardas municipais e
bombeiros estão mobilizados
para o evento.
De acordo com o delegado
Damásio, os participantes da
assembléia foram orientados a
não trazer armas nem andar armados pelas ruas do Rio, porque já teriam segurança.
Porém policiais de países
com acordo de reciprocidade
com o Brasil (caso dos EUA e da
Alemanha, por exemplo) podem fazê-lo, desde que tenham
obtido autorização provisória
da Polícia Federal.
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