São Paulo, sábado, 19 de setembro de 1998

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ADMINISTRAÇÃO
Servidores municipais estão em greve há 18 dias
Prefeito de Guarulhos negocia pagamento dos funcionários

da Reportagem Local

O prefeito em exercício de Guarulhos, Jovino Cândido (PV), e representantes dos funcionários vão se reunir amanhã para negociar a regularização do pagamento do funcionalismo.
Anteontem, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) considerou não abusiva a greve dos 11,5 mil servidores de Guarulhos. Eles estão parados há 18 dias em protesto aos constantes atrasos de salários. Os servidores de Guarulhos receberam com atraso nos últimos 18 meses.
A decisão do TRT significa que o município tem de efetuar imediatamente o pagamento.
No encontro de amanhã, Cândido pretende apresentar para funcionários, sindicalistas e secretários municipais um quadro geral sobre a situação financeira da Prefeitura de Guarulhos. Cândido vai tentar definir um prazo para regularizar os pagamentos.

Recurso
Tito Costa, advogado do prefeito afastado de Guarulhos, Néfi Tales (PDT), pretende encaminhar até a próxima terça-feira ao Tribunal de Justiça do Estado recurso contra o afastamento.
Néfi Tales foi afastado do cargo pelo juiz da 1ª Vara Cível de Guarulhos, João Batista de Mello Paula Lima. O prefeito foi acusado de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.
Em nota divulgada anteontem, Tales diz que seu afastamento ocorreu sem que ele pudesse exercer seu direito de defesa, "uma garantia constitucional".
Na sua opinião, caso a Justiça mantenha seu afastamento do cargo, a decisão "representará verdadeira cassação de mandato eletivo pelo poder Judiciário".
Néfi Tales nega a acusação de enriquecimento ilícito.
Segundo o Ministério Público, ele teria ampliado seu patrimônio em R$ 5 milhões no primeiro ano de gestão. Ele ganha R$ 7.000 por mês.
"Já comprovei, com documentos, que todas as operações relativas à compra de imóveis foram legítimas. O próprio juiz diz que não se apurou a origem do dinheiro, mas não aponta referência sobre se o dinheiro teria saído dos cofres públicos."
Na sua opinião, o afastamento tem conotação política.
No recurso encaminhado ao TJ, Néfi Tales pede a cassação da liminar (decisão temporária) concedida pelo juiz de Guarulhos.
Caso o TJ mantenha a decisão, o prefeito afastado pode recorrer novamente ao Superior Tribunal de Justiça.
Não há um prazo definido para esse trâmite, que pode terminar somente depois do ano 2000, ano em termina o mandato de Néfi Tales. Nesse caso, ele continuaria afastado.
Se o TJ cassar a liminar, ele volta para o cargo de prefeito.



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