São Paulo, sábado, 19 de setembro de 1998

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PMs são mortos a tiros em São Paulo

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Um oficial e um soldado da Polícia Militar foram mortos a tiros em um intervalo de cinco horas entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem.
O primeiro-tenente Shigetaka Iagi, 51, foi morto com dois tiros no peito, por volta das 20h de anteontem, em frente a um caixa eletrônico do Banespa, na avenida Mateo Bei, em São Mateus, zona sudeste de São Paulo.
Iagi voltava do trabalho, no Centro de Operações da PM de Santo André, e parou seu carro, uma perua Escort, no caixa eletrônico. Após retirar R$ 130, o oficial foi abordado por dois homens que teriam tentado assaltá-lo.
O tenente, armado com um revólver calibre 38, atirou contra os assaltantes, que revidaram e feriram Iagi no peito.
O oficial morreu a caminho do pronto-socorro do hospital São Matheus. Os assaltantes teriam fugido a pé.
Até ontem, a polícia não tinha pistas dos assaltantes. O caso foi registrado no 49º DP (São Mateus).

Filhos
Iagi era pai de Ricardo, que vive no Japão, Rogério, 21, Débora, 18, e Rodrigo, 11, filhos de sua primeira mulher, já morta. O tenente estava casado com a dona-de-casa Elvira Domingas de Souza, 46.
O irmão de Elvira, Hélvio Domingos de Souza, 44, disse que Iagi pretendia se aposentar. O tenente, que fazia policiamento de rua, estava trabalhando em Santo André, fazendo serviços internos, havia pouco mais de um ano.
Religioso, Iagi era líder da comunidade budista em seu bairro. Ele realizava sessões de orações em sua casa, a 1 km do local onde foi morto. O tenente foi enterrado no cemitério São Pedro (Vila Alpina) na tarde de ontem.

No bar
O soldado José Edval Ferreira de Souza estava em um bar, por volta de 1h de ontem, conversando com amigos, quando dois homens entraram no local. Um deles atirou oito vezes contra o soldado.
O bar fica na rua Rainha Margarida, na Vila Nova Curuçá, em São Miguel (zona leste).
Os homens se aproximaram do soldado com uma garrafa de cerveja cada um. Eles pararam diante do PM, um deles se abaixou e colocou a garrafa no chão.
O estranho sacou uma pistola semi-automática e perguntou: "E agora, cara?" e atirou contra o PM. O caso foi registrado no 67º DP (Jardim Robru), mas não há pistas.
Souza, que era casado e tinha dois filhos, uma menina de 5 anos e um menino de 7, morreu a caminho do hospital-geral de Guaianazes. Ele será enterrado hoje, às 8h, no Cemitério do Itaquera.
O velório se estenderia até a madrugada de hoje, na 3ª Companhia do 2º Batalhão da PM, em Ermelino Matarazzo (zona leste de SP).



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