São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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Setor passa por momento tenso

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda do secretário Carlos Zarattini acontece em um momento de tensão para a prefeitura no setor de transportes. Empresários de ônibus reivindicam uma alta na tarifa de ônibus, hoje de R$ 1,40, motoristas ameaçam fazer greve se não forem depositadas as parcelas do 13º salário e todos pressionam por mudanças nas regras da licitação que vai selecionar novos operadores a partir de julho de 2003 -e cujas regras deveriam sair nos próximos dias.
A tendência apontada por técnicos da administração petista é que deve ser delegado ao substituto provisório de Zarattini, Luiz Silveira Rangel, a tarefa de tomar algumas decisões de desgaste do governo, para só depois ele ser trocado por um secretário definitivo. Funcionários do alto escalão da SPTrans ouvidos pela Folha disseram que as mudanças na empresa podem demorar 60 dias.
Rangel é homem de confiança de Zarattini, trabalhou com ele na Assembléia Legislativa e era chefe de gabinete da pasta desde que Marta assumiu. Servidor público federal, trabalhou na Prefeitura de Santo André, no setor de abastecimento, nas duas primeiras administrações de Celso Daniel.
Ele descartou ontem a possibilidade de ser efetivado no cargo e disse que manterá os procedimentos de Zarattini. "Não vamos, com a interinidade tão pequena, mudar o que vem sendo feito no que se refere ao tratamento severo com os maus empresários."
Entre os possíveis substitutos de Zarattini estão Ailton Brasiliense, diretor-executivo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e ex-presidente da CET, Adhemar Gianini, que foi secretário dos Transportes na gestão Luiza Erundina, José Zico Prado, deputado estadual do PT, e Fernando Haddad, chefe de gabinete da Secretaria das Finanças.
Os nomes mais bem-vistos por especialistas são os dos dois primeiros, que sempre participam da elaboração de propostas do PT na área, mas cujo perfil, mais técnico e menos político, é visto com ressalvas por militantes.
Gianini, que é advogado, disse ontem à Folha que descarta assumir a secretaria. "Não serei convidado e não aceitarei nenhum convite", afirmou Gianini, que se diz "fã" de Brasiliense. O diretor-executivo da ANTP, considerado um dos maiores especialistas do setor no país, nega já ter sido sondado, mas não descarta a possibilidade de substituir Zarattini.


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