DA SUCURSAL DO RIO

Uma disputa entre as facções criminosas CV (Comando Vermelho) e ADA (Amigo dos Amigos) deixou seis mortos na noite de anteontem, na favela da Carobinha (zona oeste do Rio). Segundo a Polícia Civil, as vítimas eram traficantes e moravam no local.
O confronto ocorreu após uma invasão dos traficantes da favela da Metral (Vila Kennedy, zona oeste), reduto do CV, à Carobinha, controlada pela ADA.
Até a conclusão desta edição, apenas um dos mortos tinha sido identificado pela polícia: Rogério Pereira de Andrade, 30, o Rogerinho. Seu corpo só foi encontrado pela manhã em um matagal da favela. Ele teve a garganta cortada e tinha uma estaca de madeira enfiada em um dos ombros. Os outros cinco mortos tiveram as orelhas arrancadas a faca.
As favelas da Metral e Carobinha foram ocupadas por policiais militares. Há dois meses, traficantes da Carobinha expulsaram uma família de 15 pessoas porque uma adolescente tinha ido a um baile funk em um reduto do CV.
O delegado Carlos Henrique Machado disse que as vítimas foram enfileiradas em um muro e mortas. Machado afirmou que o CV pretendia tomar os pontos-de-venda de drogas da Carobinha que ficaram enfraquecidos depois das prisões, há duas semanas, de Paulo César Martins, o PC, e Josimar de Souza Silva, o Mião, os dois principais chefes do tráfico na favela.
O delegado disse suspeitar que a invasão tenha sido comandada pelo traficante Jorge Alexandre Cândido, o Sombra, chefe do tráfico na Metral e um dos criminosos mais procurados do Rio.
Sombra é apontado pela polícia como um dos principais líderes do ataque ao presídio Bangu 3, em outubro, quando ele pretendia explodir o muro da unidade com cinco quilos de explosivos.


Texto Anterior: Minas Gerais: Queda de parede durante bingo beneficente provoca cinco mortes
Índice